O primeiro-ministro búlgaro, Boiko Borissov, anunciou hoje a demissão, na sequência da derrota da candidata da maioria conservadora, nas presidenciais, ganhas pelo pelo opositor Rumen Radev.
“Esta segunda-feira ou depois de amanhã, apresentarei a minha demissão” ao parlamento, declarou à imprensa o chefe do governo, no poder desde outubro de 2014, cujo mandato ia até 2018.
“Os resultados mostram claramente que a coligação no poder não tem a maioria”, acrescentou.
De acordo com sondagens à boca das urnas de três institutos, o antigo comandante da Força Aérea búlgara, Rumen Radev, venceu a segunda volta das presidenciais.
Radev, de 53 anos, obteve entre 58,1% e 58,5% dos votos, contra entre 35,25% e 35,7% para a presidente do parlamento, Tsetska Tsatcheva, candidata da maioria no poder.
No passado domingo, Radev venceu de forma inesperada, com quase 26% dos votos, a primeira volta das presidenciais para escolher o quinto presidente da Bulgária desde a queda do comunismo, em 1989.
Favorita nas primeiras sondagens, Tsacheva, de 58 anos, candidata do partido no governo, Cidadãos para o Desenvolvimento Europeu da Bulgária (GERB), ficou em segundo lugar entre as duas dezenas de candidatos, com 22% dos votos.
Borisov tinha avisado que se Tsacheva não ganhasse as presidenciais, apresentaria a demissão da chefia do governo, cenário que faria cair a atual coligação no poder e levaria o país a eleições legislativas antecipadas
“Cabe às pessoas decidirem: se pretendem uma crise política, terão uma crise política”, afirmou o primeiro-ministro, no poder desde outubro de 2014, ao votar na capital búlgara.
A eleição do chefe de Estado, um cargo essencialmente protocolar na Bulgária, não implica a formação de um novo executivo.
Candidato independente, mas apoiado pelos socialistas do PSB, ex-comunistas, Radev é considerado próximo de Moscovo e defendeu o fim das sanções europeias contra a Rússia, considerando que “a Crimeia, península ucraniana anexada pela Rússia em 2014, é de facto russa”.
O novo chefe de Estado é eleito para um mandato de cinco anos e sucede a Rossen Plevneliev, saído do partido no poder, que se distinguiu pelas críticas ao Presidente russo, Vladimir Putin.
/Lusa
Parece que alguns povos do lado de lá da Europa começam a perceber o logro em que caíram quando acreditaram que do lado de cá era o eldourado e só havia gente boa.