Doença é transmitida pela picada de carraças infetadas com o vírus. Homem de 80 anos, residente em Bragança, foi o primeiro caso (e óbito) em Portugal.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) confirmou esta sexta-feira a deteção do primeiro caso de Febre Hemorrágica Crimeia-Congo (FHCC) em Portugal, tendo o doente, com 80 anos, nacionalidade portuguesa e residente em Bragança, acabado por morrer.
De acordo com um comunicado da DGS, a vítima realizou “atividades agrícolas durante o período de incubação, teve início de sintomas em 11 de julho de 2024, tendo sido admitido no Hospital de Bragança por sintomatologia inespecífica e acabou por falecer”.
A FHCC é uma doença transmitida pela picada de carraças infetadas com o vírus, tendo sido desencadeadas “investigações entomológicas reforçadas para recolha de carraças no distrito de residência do caso, em articulação com as Autoridades de Saúde e o INSA”, adianta a DGS.
É causada pelo vírus da família Bunyaviridae, género Nairovirus, e afeta tanto humanos como animais.
A FHCC tem uma taxa de mortalidade elevada, variando entre 10% a 40%, e é caracterizada por febre alta, dores de cabeça intensas, dores musculares, tonturas e, em casos graves, hemorragias internas e externas. A doença está presente em várias regiões da África, Ásia, Europa de Leste e Médio Oriente.
Não existe uma vacina específica para a FHCC. O tratamento é principalmente de suporte, focando-se na estabilização do paciente e na gestão das complicações, como hemorragias.
A prevenção inclui o uso de repelentes de insetos, roupas protetoras, e o controlo rigoroso de infeções nos hospitais. Evitar o contacto com carraças e sangue de animais em áreas endémicas é fundamental para reduzir o risco de infeção.
ZAP // Lusa