Nicola Sturgeon, a recordista na Escócia, abandona: “Isto é difícil e às vezes implacável”. Projecto-lei sobre mudança de género pode ter ajudado.
A Escócia vai ter novo primeiro-ministro, ou nova primeira-ministra. A líder do Partido Nacional Escocês (SNP, sigla em inglês), Nicola Sturgeon, renunciou ao cargo de primeira-ministra da Escócia, após oito anos à frente do Governo.
“Hoje anunciou a minha intenção de deixar de ser primeira-ministra e líder do meu partido. Vou continuar no cargo até o meu sucessor ser eleito“, confirmou, em conferência de imprensa realizada nesta quarta-feira.
“Alguns vão ficar aborrecidos, outros vão lidar muito bem com isto. Foi o melhor emprego do mundo mas é importante ter noção, quase por instinto, de quando é o momento certo para sair”.
Sturgeon, que não está à espera de “violinos” nesta saída, falou sobre as pressões relacionadas com o cargo: “É difícil e às vezes implacável. Sou um ser humano também. Dei tudo”.
Nicola Sturgeon lamentou ainda a falta de privacidade e disse que há muita “brutalidade” na vida política.
Agora sai, para não correr o “perigo de permanecer no cargo durante demasiado tempo”. E assegurou que esta decisão “não é uma reação a pressões de curto prazo”; surgiu após uma “avaliação mais profunda e de longo prazo“.
A governante é chefe de Governo desde novembro de 2014, quando substituiu Alex Salmond, após o referendo de independência.
Em janeiro, o Governo britânico vetou um projeto-lei que visava facilitar o processo de mudança de género a partir dos 16 anos na Escócia, defendendo a decisão com a “garantia de segurança de mulheres e crianças”.
A primeira-ministra da Escócia e líder do SNP, Nicola Sturgeon, considerou esta decisão do Governo do Reino Unido como um “ataque frontal” à autonomia do parlamento escocês.
Nicola Sturgeon foi a pessoa que esteve mais tempo a liderar da Escócia (o cargo primeiro-ministro só existe desde 1999).
(artigo actualizado às 12h39)
“ZAP” // Lusa
