Um fóssil do período Carbonífero recentemente descoberto em Nova Escócia, no Canadá, mostra uma criatura sinapsídeo varanidae (da família Varanopidae) a cuidar dos seus filhos.
O cuidado parental é uma “estratégia comportamental segundo a qual os pais fazem investimentos ou desviam recursos de si mesmos para aumentar a sobrevivência dos seus filhos”, explicou Hillary Maddin, paleontóloga da Carleton University.
Apesar de haver uma grande variedade de estratégias de atendimento parental, o atendimento pós-natal prolongado está “entre os mais caros para os pais”, indica a cientista.
Esta forma de cuidado dos pais é particularmente comum em mamíferos, uma vez que todas as crias exigem nutrição por parte das suas mães. “No entanto, ainda há pouco entendimento sobre a história evolutiva deste comportamento.”
A equipa de Maddin encontrou os restos fossilizados de uma criatura adulta e de um juvenil dentro de um tronco de uma árvore litificada na ilha Cape Breton, Nova Escócia. O espécime encontrado não só representa uma nova espécie, como também pertence a um género inteiramente novo de sinapsídeo varanopídeo.
Os cientistas, que publicaram o artigo científico na Nature Ecology & Evolution, batizaram o animal de Dendromaia unamakiensis.
“Esta é a evidência mais antiga de cuidados pós-natais prolongados num vertebrado”, apontou a investigadora. “O animal adulto parece estar a esconder e a proteger um jovem num covil. Atualmente, este comportamento é muito comum em mamíferos.”
O Dendromaia unamakiensis tinha a cauda larga, corpo estreito e patas delgadas. Os cientistas pensam que, com estas características, o animal era muito ágil.
Esta é a prova de cuidado parental mais antiga registada no reino animal. Antes desta descoberta, o testemunho mais antigo de conduta parental pertencia a uma espécie de lagarto, denominado Heleosaurus scholtzi, que viveu há aproximadamente 270 milhões de anos.