Equipamentos e dispositivos mais pequenos do que o habitual vão ser estreados no Hospital São João. O material de artroscopia é reduzido para um terço.
O Centro Hospitalar Universitário São João vai realizar, pela primeira vez, uma cirurgia nanoscópica do joelho.
O método nanoscópico, como a própria designação indica, utiliza equipamentos e dispositivos de dimensão reduzida (nano) em comparação com as técnicas endoscópicas já utilizadas.
O material de artroscopia – técnica que permite aceder a uma articulação através de pequenas incisões na pele – é reduzido para um terço do que é habitual, lê-se no comunicado enviado pelo Centro Hospitalar de São João ao ZAP.
É uma técnica recente, ainda é pouco utilizada em todo o planeta, nas especialidades ortopedia e traumatologia. Chega agora a Portugal, no Porto, na primeira cirurgia nanoscópica do joelho.
É uma intervenção que tem particular interesse “na abordagem das pequenas articulações e dos procedimentos em idade pediátrica”, de acordo com o director de ortopedia e traumatologia do São João, António Nogueira de Sousa.
É também uma “alternativa à ressonância magnética, no seguimento dos resultados de uma técnica artroscópica, e na resolução de lesões menos acessíveis pela via clássica”.
Passa a ser uma invervenção menos invasiva e com menor morbilidade para o doente; é feita a incisão de uma “agulha” de apenas 2 milímetros de diâmetro. É um processo semelhante a uma infiltração.
A cirurgia nanoscópica também inova na anestesia: o doente tem alta quase de imediato, devido ao bloqueio nervoso periférico com sedação endovenosa.
A baixa morbilidade permitirá também que alguns procedimentos sejam realizados de forma segura fora do bloco operatório, com impacto positivo quer na comodidade do doente, quer na optimização de recursos e redução de custos por parte do hospital.
Até ao final de 2023, o Hospital São João prevê realizar cerca de 40 cirurgias nanoscópicas.