Os cientistas notaram diferenças significativas nas ressonâncias magnéticas feitas aos cérebros dos participantes mais liberais e mais conservadores.
A política é um dos temas mais polarizadores que há e muitos de nós acreditamos que não temos nada em comum com as pessoas que têm convicções opostas às nossas. Será que essas diferenças se notam na actividade cerebral?
Um novo estudo publicado na PNAS Nexus procurou responder a esta questão — descobriu que é possível observar os contrastes nas ideologias políticas através de imagens do cérebro e de testes biológicos e neurológicos.
Os investigadores usaram dados de 174 adultos da Universidade Estadual do Ohio. A amostra tinha mais mulheres do que homens e a idade média era 21,4 anos. Os participantes completaram oito tarefas enquanto fizeram uma ressonância magnética, tarefas essas que não tinham o objectivo a priori de provocar respostas diferentes de acordo com as crenças políticas.
Para além disto, foi também feito um inquérito aos participantes sobre as suas posições ideológicas, assim como as das suas famílias e as crenças políticas predominantes nas regiões de onde são oriundos, escreve o Psy Post.
Os resultados das ressonâncias magnéticas mostraram diferenças notórias entre os mais conservadores e os mais liberais. As tarefas que mediam a empatia, as recompensas, a recuperação e as ligações funcionais foram que tiveram correlações maiores com as ideologias políticas.
A amígdala e o hipocampo são as zonas do cérebro que mais pistas dão sobre a ideologia política. “Os resultados sugerem que as raízes biológicas e neurológicas dos comportamentos políticos são muito mais profundas do que pensávamos antes”, explica Skyler Cranmer, professor de ciência política e co-autor do estudo.
Apesar dos avanços da pesquisa, os autores reconhecem algumas limitações, como a falta de conservadores extremos na amostra. Os participantes eram bastante homogéneos em alguns aspectos demográficos, já que eram todos de uma faixa etária e nível de educação semelhantes, o que limita as generalizações que se podem fazer a partir desta pesquisa.
Outra dúvida é se veio primeiro o ovo ou a galinha — ou seja, será que os nossos cérebros meramente reflectem a nossa orientação política ou será que esta é previamente determinada pelas nossas estruturas cerebrais? Só mais pesquisas futuras podem responder a estas questões.
A pide e que ia gostar disto….