O afogamento é muitas vezes evitável. Há incidentes em que as crianças afogam-se mesmo à frente dos pais, que nem sequer se aperceberam que o filho está em apuros.
Jen Lau, diretora do Programa de Prevenção de Traumatismos e Lesões Pediátricas do Penn State Health Children’s Hospital, no Estados Unidos (EUA), partilhou com o Futurity o que deve fazer para garantir a segurança dos seus filhos este verão.
Explique o risco
O afogamento pode acontecer onde quer que haja água – riachos, lagos e parques aquáticos, bem como em casas de banho. “Uma criança pode afogar-se em menos de cinco centímetros de água”, indicou Jen Lau.
Dois terços dos afogamentos de bebés com menos de um ano ocorrem em banheiras. “Vimos casos em que as distrações mais breves conduziram à tragédia”, afirmou a especialista. Os bebés e as crianças pequenas devem ser sempre supervisionadas e estar ao alcance de um braço do seu cuidador durante o banho.
Às vezes, os pais podem não estar cientes do risco de afogamento, como no quintal de um vizinho onde há um pequeno tanque de peixes. Por essa razão, Jen Lau recomenda ensinar às crianças que a água pode ser perigosa – tal como os carros.
Comece as aulas de natação cedo
As aulas de natação são essenciais para a segurança no verão – quanto mais cedo, melhor. “O objetivo é fazer com que as crianças sintam-se confortáveis na água e começar a desenvolver as suas capacidades de preparação para a natação”, indicou.
Jen Lau recomenda piscinas em vez de águas abertas para nadadores jovens ou inexperientes. “Os oceanos, riachos ou lagos podem ter superfícies irregulares, profundidades imprevisíveis, ondas e correntes que tornam a natação muito mais difícil”, afirmou.
Supervisão atenta
Aprender a nadar torna o afogamento menos provável, mas nem as aulas nem os acessórios que permitem flutuar devem substituir uma supervisão atenta e dedicada, continuou Jen Lau.
“Os pais podem ter uma falsa sensação de segurança pelo facto de existirem todas as mães e pais por perto e sentirem que todos estão a vigiar as crianças. Mas quando toda a gente está a olhar, ninguém está a fazê-lo. As crianças afogam-se rapidamente, muitas vezes quando estão na vertical na água com a cabeça virada para trás. É fácil não ver”, relatou a especialista.
Mesmo quando há um nadador-salvador de serviço, os pais devem continuar a vigiar os filhos. “O nadador-salvador está lá a vigiar os filhos de toda a gente. Cuide dos seus próprios filhos para uma maior segurança”, sublinhou.
Compre fatos de banho brilhantes
Jen Lau também aconselha as crianças a usarem fatos de banho de cores vivas, como laranja ou amarelo, para torná-las mais visíveis. “Evite os azuis ou verdes, que se misturam com a água”, notou.
Evite determinados acessórios
Idealmente, a vedação das piscinas deve ter quatro lados e esta deve estar separada da casa e do quintal, para que as crianças não possam aceder diretamente.
Uma parte importante da segurança relacionada com a água é limitar a tentação. Jen Lau aconselha os pais a não deixarem brinquedos na área da piscina após o tempo de natação. Também aconselha a drenar as piscinas infantis pequenas e a colocá-las fora do alcance das crianças quando não estiverem a ser utilizadas.
Uma tendência relativamente nova que pode ser preocupante é o facto de as crianças usarem caudas de sereia para brincar na água. “Claro que parece divertido. Mas não é a melhor ideia colocar o seu filho numa piscina com as pernas presas umas às outras e sem forma de se levantar. Estas caudas de sereia limitam muito a sua mobilidade na água e podem ser realmente perigosas”, frisou.
Aprenda RCP
Se o impensável acontecer e uma criança se afogar, saber realizar reanimação cardiorrespiratória (RCP) pode fazer a diferença entre um quase afogamento e a morte.
“Todos os pais devem saber como e quando fazer a RCP para poderem atuar imediatamente até à chegada de ajuda, em vez de esperarem pelas equipas de emergência”, concluiu a especialista.