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54 presidentes de associações juvenis têm mais de 60 anos

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Há 54 presidentes de associações juvenis que têm mais de 60 anos. O Governo quer que estas organizações sejam presididas por jovens até 30 anos.

A lei define que as associações juvenis têm de ter 75% de sócios com menos de 30 anos, mas nada refere em relação à sua liderança. Ainda assim, o facto de haver 54 presidentes destas associações com mais de 60 anos não deixa de surpreender. O mais velho tem agora 86 anos.

Os números são fornecidos pelo presidente do Conselho Nacional de Juventude (CNJ), também presidente da Comissão de Acompanhamento do Registo Nacional do Associativismo (RNAJ).

Os dados indicam ainda que quase um terço dos líderes das associações (28,4%) tem mais de 41 anos e quase metade (49,3%) está acima da idade que a lei considera que um cidadão é jovem.

A notícia é avançada esta segunda-feira pelo jornal Público, que adianta que o Governo vai alterar esta lei, condicionando a distribuição dos cerca de três milhões de euros anuais de apoios do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) a estas entidades. A proposta obriga estas associações juvenis a terem um presidente com 30 anos ou menos.

Tiago Rego, presidente da Federação Nacional de Associações Juvenis (FNAJ) concorda que as associações devem ser preferencialmente dirigidas por jovens, mas sublinha que isso só é possível “nas condições ideais“, lembrando que as condições no litoral e no interior são diferentes.

Além disso, o presidente da FNAJ critica a “ingerência” do poder político na democracia interna das associações, dado que “75% de associados jovens que têm votado em pessoas mais velhas”.

Hugo Carvalho, presidente do Conselho Nacional de Juventude (CNJ), concorda com esta ideia do Governo e classifica-a como “um grande passo e frente”.

Por sua vez, os dirigentes mais velhos concordam também com esta proposta de lei, mas pedem que haja um período de transição para que as associações não percam os apoios de um momento para o outro.

Segundo o jornal, das 1.385 associações contabilizadas no Registo Nacional de Associações Juvenis, no final do ano passado, 1.000 têm recebido apoios regulares do Estado nos últimos anos, ao abrigo do estatuto de associação jovem.

Os critérios de atribuição têm em consideração a dimensão das associações e o seu histórico, uma medida que faz com que a lista das associações que mais dinheiro tem recebido do IPDJ ao longo da última década não tenha sofrido praticamente nenhuma alteração.

Entre as empresas que mais recebem estão a Associação para a Promoção Cultural da Criança (APCC) e as duas associações nacionais de escuteiros, o Corpo Nacional de Escutas (CNE) e a Associação de Escoteiros de Portugal (AEP).

ZAP //

3 Comments

  1. Isto é que são problemas sérios do país hã… Isto não sei porquê, cheira-me a ideias do BE, mas pode ser que me engane. De qualquer forma, estou toalmente de acordo com a FNAJ, se os líderes de associações juvenis são da terceira idade, é porque os jovens os elegeram. Podem ser jovens e podem estar a defender os interesses deles, mas se calhar entendem que até para defender os interesses dos jovens, a sabedoria dos idosos é de valor inestimável.

    O Governo que vá meter a penca mas é nos enriquecimentos ilícitos, nos lucros em off-shore, no trabalho precário e na corrupção. Tem muito com que se entreter até ao fim do mandato.

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