Frederico Morais “apanhado”, noutro contexto, no dia da fuga. “Tenho que ir trabalhar” – menos de uma hora depois, estava na SIC Notícias.
Frederico Morais, presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, nunca terá estado em tantas entrevistas como nos últimos dias.
Com um lógico destaque devido à fuga de cinco reclusos da prisão de Vale de Judeus, o responsável pelos guardas já foi deixando vários alertas desde sábado.
Poucas horas depois da fuga, disse na Renascença que os fugitivos são “do piorio”. Na SIC, atirou que há anos que existe uma “falha enorme humana” nos estabelecimentos prisionais. Na agência Lusa, avisou que faltam 1.500 guardas nas prisões portuguesas. Na RTP, contou que na prisão de Chaves são os reclusos que estão a montar o sistema de vídeo-vigilância.
Entre outras entrevistas, esteve também em directo na CMTV, à distância, para analisar o que tinha acontecido na manhã de sábado.
Depois de ter dito que “isto é grave demais”, iria finalizar a sua colaboração naquele directo. Mas Francisco Penim, jornalista da CMTV, pediu para Frederico ficar mais um pouco.
Mas o presidente dos guardas não podia: “Como deve compreender, por motivos profissionais, e porque sou guarda prisional, eu vou ter que ir trabalhar. Vou ter que ir ajudar os meus colegas na captura” dos fugitivos.
Eram 14h12. Ou seja, Frederico Morais iria passar o resto da tarde a tentar encontrar os cinco reclusos.
Mas a equipa do programa Isto é gozar com quem trabalha (SIC) apanhou o responsável 49 minutos depois, às 15h01.
E, afinal, Frederico Morais estava em directo na SIC Notícias. No estúdio.
Há más-línguas que sugerem que o presidente dos guardas prisionais tinha recebido uma denúncia anónima: os fugitivos estavam disfarçados de jornalistas ou operadores de câmara, para controlar as informações sobre a fuga.
Só temos gentalha desta
As recentes fugas no Vale de Judeus revelam uma profunda corrupção nos estabelecimentos prisionais, como ficou claro no documentário da SIC. Embora não se possa culpar a atual ministra diretamente, a responsabilidade recai sobre os corpos políticos que, ao longo de anos, têm permitido estas falhas. A demissão do diretor geral só evidenciou o caos, especialmente com as suas declarações absurdas sobre a cerca elétrica. A realidade é que há uma máfia instalada nas prisões e quem cumpre os seus deveres deontológicos não pode ser envolvido nesta guerra. É necessário, mais do que nunca, identificar os culpados e garantir que sejam punidos severamente. Além disso, é urgente que o governo ponha fim às regalias desnecessárias dentro das prisões e implemente um sistema de trabalho obrigatório para compensar o custo dos presos ao erário público.
Trabalho de sindicalista
Ai ! O presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional Frederico Morais quis estar em todos os canais televisivos num só dia ! Porquê ? Bom trabalho Ricardo Araújo Pereira ! Quanto ao restante, não é de agora que fogem presos das cadeias mas, com uma escada ??? É claro que as cadeias devem ter postos de vigia com guardas, não são as camaras que os apanham ou lhes dão um tiro, se necessário.
“Presidente dos guardas ia ajudar a procurar os fugitivos”
Em vários momentos do corpo da notícia é referido Frederico Morais como presidente dos guardas, quando ele é presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, como também é referido na notícia.
A notícia devia ser mais precisa nesse aspeto.
Quanto às declarações do Presidente do Sindicato, compreende-se que defenda os seus associados, mas com algum cuidado e precisão e não da forma tão desajeitada e de credibilidade questionável em relação a matérias de vigilância e segurança. E depois saltam à vista as contradições quando se fala muito. Haja bom senso na defesa dos seus associados. Não é por se falar muito que os Portugueses vão acreditar em tudo o que diz.
Bom dia.
Bem observado, o título foi corrigido.
Obrigado.
O verdadeiro exemplo do trabalhador da função pública é o que lemos acima, exemplos positivos precisam-se. Este é. Mais um, gostam de penacho, ia trabalhar..! Foi desviado e por isso é noticia. É menos cansativo falar.