Bruno Ramos está a ser investigado por desviar mais de 100 mil euros da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental para despesas pessoais e por nomear familiares para cargos na instituição.
Um escândalo está a abalar a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Braga. O presidente da direção, Bruno Ramos, está sob investigação do Ministério Público por suspeitas de gestão danosa e possível desvio de fundos da instituição.
Ramos é acusado de gastar mais de 100 mil euros em despesas pessoais em apenas um ano de mandato, enquanto a APPACDM enfrenta dívidas de cerca de 1,5 milhões de euros. Esta situação levou os sócios da associação a exigirem a sua demissão, embora Ramos tenha optado por manter-se em silêncio.
O caso envolve alegações de que o dirigente utilizou fundos da instituição para cobrir despesas com viagens, refeições, hotéis e até produtos de luxo como roupas e telemóveis topo de gama. Além disso, há suspeitas de que Bruno Ramos tenha utilizado indevidamente fundos pertencentes a utentes institucionalizados, dos quais é tutor, refere o Correio da Manhã.
O Ministério Público decidiu investigar estas denúncias após receberem queixas na Polícia Judiciária de Braga. Entre as acusações, constam também as nomeações de familiares e amigos para cargos na instituição, incluindo a atual companheira do presidente, que teria recebido recentemente um aumento salarial de 500 euros.
Um detalhe que agrava a situação é que, apesar de os estatutos da APPACDM não preverem remuneração para o presidente, Bruno Ramos estabeleceu um salário de quatro mil euros para si mesmo. A Segurança Social, entidade que tutela as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) em Portugal, também já entrou em cena, realizando duas visitas de peritos a Braga para investigar as alegações de má gestão.
A tensão na APPACDM de Braga culminou na marcação de uma assembleia para o próximo dia 20, onde será exigida a demissão do presidente. Curiosamente, esta assembleia será realizada fora das instalações da instituição, um sinal claro do clima conturbado que a envolve.
Este caso levanta preocupações significativas sobre a gestão de instituições de solidariedade e o uso adequado de fundos destinados ao apoio de pessoas com deficiência mental.