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Presidente afegão culpa retirada “abrupta” dos EUA pelo rápido avanço dos talibãs

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O chefe de Estado afegão prometeu vencer o conflito com as milícias talibãs e os Estados Unidos dizem-se prontos a receber mais milhares de refugiados.

O Presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, prometeu esta segunda-feira vencer o conflito cada vez mais generalizado com as milícias talibã, garantindo que a situação estará “sob controlo em seis meses”.

Ghani admitiu que os Estados Unidos têm dado apoio ao Afeganistão, mas apontou-lhes o dedo pela situação atual, escreve o jornal Público.

“A razão para a situação atual é que a decisão foi tomada de forma abrupta”, disse sobre a retirada das tropas dos EUA, acrescentando que avisou Washington que a saída teria “consequências”.

A retirada total das tropas dos EUA do Afeganistão só estará concluída no fim de agosto, mas os últimos soldados saíram há precisamente um mês da base militar de Bagram.

Entretanto, os ataques do movimento fundamentalista islâmico intensificaram-se e os talibãs já reivindicam o controlo de vastas áreas do país — estimativas independentes indicam que o grupo conquistou mais território nos últimos dois meses do que no total das duas décadas anteriores, escreve o diário.

O Exército afegão está especialmente preocupado com a situação “crítica” em três províncias do Sul e do Ocidente do país: para além de Kandahar, estão em risco Herat e Lashkar Gah.

Face a estes desenvolvimentos, Joe Biden prometeu não abandonar o aliado e os Estados Unidos têm apoiado as forças afegãs com ataques aéreos nos principais focos de combate, como Lashkar Gah.

Ghani não deu mais explicações sobre o seu plano para pôr fim à ofensiva talibã, mas as duas câmaras do Parlamento divulgaram um comunicado onde expressam o apoio “firme” ao Presidente, aos direitos humanos, à liberdade de expressão e aos militares afegãos, “que sacrificam a vida pela nação”.

O Departamento de Estado norte-americano prepara-se para anunciar um novo programa para acolher refugiados afegãos, alargando os critérios de ilegibilidade para pedir asilo de forma a incluir “mais alguns milhares de afegãos e as suas famílias nucleares que podem estar em risco por causa da sua colaboração com os EUA”.

Até agora, quase 20 mil afegãos, que trabalharam como intérpretes ou guias dos militares, já pediram proteção aos EUA.

ZAP //

1 Comment

  1. É uma trapalhada, mas terão que ser agora os Afegãos a escolher o que querem para o seu país: Ou lutam e expulsão os Talibãs ou os acolhem… e ficam sob o seu domínio.

    Não é muito diferente do processo de formação de praticamente todos os países.

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