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Presidências do Sporting de 1995 a 2013 investigadas por irregularidades

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Koshelyev / Wikimedia

Uma auditoria solicitada pelo presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, apurou a existência de várias irregularidades na administração do clube, durante os anos de 1995 a 2013. Estão em causa derrapagens financeiras em vários contratos e remunerações irregulares de cargos de administração.

A notícia foi avançada pela SIC, que destaca que a Assembleia Geral do Sporting vai determinar o que fazer com os dados apurados por esta auditoria que aponta irregularidades às presidências de Pedro Santana Lopes, de José Roquette, de Dias da Cunha, de Filipe Soares Franco, de José Eduardo Bettencourt e de Godinho Lopes.

A SIC apurou que o mandato de Filipe Soares Franco é o mais investigado.

Entre as suspeitas apontadas na auditoria está a derrapagem dos custos das obras no Estádio de Alvalade, verificando-se um aumento superior a 75% do valor previsto. A infraestrutura deveria ter custado 106 milhões de euros, mas custou 184 milhões, conforme se nota na análise consultada pela SIC.

Mas também se detectaram derrapagens financeiras na Academia de Alcochete que deveria ter custado 5 milhões de euros, mas que acabou por custar 18,5 milhões.

Outros negócios são alvo de suspeitas, nomeadamente as negociações dos passes de alguns jogadores.

A auditoria terá também detectado a remuneração irregular de cerca de 1,5 milhões de euros a cargos de administração.

CMVM está a investigar financiamento da Guiné Equatorial

Entretanto, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) anunciou que está a investigar as denúncias feitas pela eurodeputada Ana Gomes quanto ao patrocínio da Guiné Equatorial ao Sporting para a época 2015/2016.

Na carta enviada a 29 de Maio ao presidente da CMVM, a eurodeputada questiona se esta entidade “procedeu à identificação das entidades financeiras no ordenamento jurídico português que estão envolvidas, efectiva ou potencialmente, na celebração” de um alegado contrato “entre a SAD do SCP e a Guiné Equatorial e respectiva transferência de capital”.

A eurodeputada pede ainda esclarecimentos sobre a existência de “procedimentos instituídos para detectar e evitar qualquer ameaça à integridade do sistema financeiro português“, bem como as diligências “tomadas especificamente” pela CMVM.

Esclarece o regulador que, a Sporting SAD está “sujeita à supervisão da CMVM”, nomeadamente, no que diz respeito “ao cumprimento dos deveres de prestação de contas, participações qualificadas e informação privilegiada”, bem como “aos deveres previstos na legislação aplicável à prevenção e ao combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo”.

A CMVM compromete-se, neste sentido, “em articulação com o Banco de Portugal”, a “desenvolver diligências” no sentido de “apurar o cumprimento dos deveres” e a verificação “das fontes de financiamento e/ou riqueza” da Sporting SAD, denunciados pela eurodeputada Ana Gomes.

ZAP / Lusa

2 Comments

  1. … Só sei que S.Franco só aceitava ser presidente se obtivesse maioria qualificada para alienar património não desportivo, uma vez que, segundo ele e outros apaniguados, o Sporting não tinha vocação para gestão de património imobiliário…
    Não obteve a tal maioria e eis que o tal conselho leonino outorgou tal premissa!

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