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Marques Mendes falou dos presentes que o Natal trouxe à Europa e a Portugal (e pediu paciência e cautela)

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Mário Cruz / Lusa

Luís Marques Mendes

O comentador da SIC, Luís Marques Mendes, falou dos “presentes” que o Natal trouxe à Europa e a Portugal. No entanto, pediu “cautela” e sublinhou que os portugueses não devem entrar em euforia.

No seu habitual comentário de domingo à noite na SIC, Luís Marques Mendes elencou os presentes que o Natal trouxe tanto à Europa como a Portugal.

Em primeiro lugar, o início do processo de vacinação, que arrancou este domingo em Portugal, trouxe uma ideia de que há “uma luz ao fundo do túnel”. Ainda assim, o antigo líder social-democrata deixou um aviso: “esperança sim, mas euforia não”, dado que “não sabemos” quando Portugal terá à sua disposição várias das vacinas com que está a contar.

“Temos de ter prudência, paciência e cautela”, sublinhou o comentador político.

O acordo entre a União Europeia (UE) e o Reino Unido foi também “uma excelente prenda de Natal para a Europa em geral”. Portugal, que começa a sua presidência europeia em janeiro e que, se tivesse esta pasta em mãos, passaria por um “pesadelo”, também sai beneficiado pelo acordo alcançado no dia 24 de dezembro.

A inclusão na ADSE de mais de 100 mil trabalhadores do Estado e o aumento do salário mínimo em trinta euros são mais dois “presentes de Natal” evidenciados por Marques Mendes no seu habitual espaço de comentário.

“Pandemia beneficiou o poder”

Nove meses depois, “não há dúvida de que a pandemia beneficiou o poder“, disse Marques Mendes este domingo, acrescentando que falta perceber os efeitos eleitorais que se farão sentir “quando as consequências chegarem ainda mais fortemente ao domínio económico e social”.

Fazendo uma média das últimas sondagens publicadas, o comentador concluiu que, se houvesse uma crise política em Portugal, “ficava praticamente tudo na mesma”, sem o PSD conseguir construir uma alternativa à direita.

Isto significa que, ao fim de cinco anos de oposição, os partidos à direita do PS não conseguem ainda criar uma alternativa. “Todos os partidos à direita somados não ultrapassam 36%, o valor da PAF [a coligação ‘Portugal à Frente’, liderada por Pedro Passos Coelho e Paulo Portas], o que é preocupante em termos democráticos.”

Em relação ao primeiro dia de vacinação, o comentador político realçou ainda que a adesão com entusiasmo dos profissionais de saúde é o “maior sinal de segurança” e “um exemplo importante de confiança”. Contudo, alertou para a necessidade de se moderar as expectativas porque “ainda não assegurámos todas as vacinas de que precisamos”.

Presidenciais são um “ensaio” para André Ventura

Marques Mendes defendeu que, quanto melhor for o resultado de André Ventura nas presidenciais de janeiro, maior o dano para o PSD. Neste sentido, o comentador considera que só o debate entre estes dois candidatos é que pode ter algum impacto nas intenções de voto.

O antigo ministro dos Assuntos Parlamentares considera que o único verdadeiro candidato é Marcelo Rebelo de Sousa. Se esta é a primeira eleição, a segunda centra-se em perceber qual dos três candidatos à esquerda fica mais bem colocado: Ana Gomes, Marisa Matias ou João Ferreira.

Para André Ventura, ficar em segundo lugar seria uma grande vantagem e estas eleições são um “ensaio” para as legislativas. Luís Marques Mendes defende que quanto mais votos Ventura tiver, maior o dano para o PSD, porque se as pessoas que normalmente votam no PSD se fidelizam no Chega, a situação do PSD é mais complicada.

Liliana Malainho, ZAP //

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