Os críticos da atual direção do Bloco de Esquerda (BE) criticam a participação do partido nas comemorações do 25 de Novembro, considerando tratar-se de “uma farsa” e fazer-se “em nome de ansiadas alianças com o centro”.
Na quarta-feira, o BE anunciou que estará representado por apenas uma deputada na sessão solene evocativa 25 de Novembro que intervirá, segundo o partido, para “denunciar a operação de desvalorização do 25 de Abril”.
Mas nem a presença “a mínimos” agradou à oposição interna do partido, que acusam a atual direção de se aliar e “adaptar em nome da proximidade e de ansiadas alianças com o centro”.
Estas críticas constam de um documento a que a Lusa teve acesso, assinado pelos membros da Moção ‘E’, cujo porta-voz foi Pedro Soares, e que na última convenção do Bloco apresentaram uma moção adversária à atual direção.
No documento, com o título “O 25 de novembro bloqueou a revolução que trouxe a democracia – participação na comemoração é uma farsa”, os críticos criticam a decisão do BE de marcar presença na sessão solene dos 49 anos do 25 de Novembro, esta segunda-feira no parlamento, apesar de o fazer apenas com um deputado.
Para os críticos, “não haverá discurso que consiga esconder o significado público da participação naquele ato que toda a direita e extrema-direita quer que seja equiparável ao do 25 de Abril”.
“O Bloco, em vez de marcar o campo que se opõe e resiste a essa ofensiva, adapta-se, em nome da proximidade e de ansiadas alianças com o centro, ao aceitar a comemoração do 25 de Novembro juntando-se a ela mesmo que de forma envergonhada”, acusam.
Os críticos salientam que o “movimento popular gerado na sequência do 25 de Abril marca profundamente o quadro político português nos anos de 1974/1975, durante o chamado Período Revolucionário em Curso (PREC)”, salientando que os fundamentos da democracia, das liberdades e dos direitos foram conquistados “na rua, nas fábricas, nos bairros populares, nas escolas e nas zonas rurais” e “nada foi oferecido”.
“O golpe militar do 25 de Novembro aconteceu já depois da realização de eleições para a Assembleia Constituinte, em abril de 1975, condição primeira para a realização de eleições legislativas a breve prazo. Estabeleceu-se um compromisso entre a legitimidade revolucionária e a parlamentar”, lê-se.
Os críticos consideram que “os vencedores do golpe quiseram alterar as regras do jogo, retirar da equação democrática a legitimidade da iniciativa popular e revolucionária” e quiseram “impor o seu próprio ‘diktat’ hierárquico nas Forças Armadas para anular a aliança essencial com o movimento popular no processo revolucionário”.
“Os chefes do golpe ordenam a prisão de 118 militares, saneiam a RTP e da Emissora Nacional 82 trabalhadores e demitem as administrações e direções da imprensa pública, substituídas por gente do PS e do PPD ou militares ligados ao golpe”, referem.
Estes dirigentes defendem que, com o 25 de Novembro, “começa a reversão de conquistas populares e a destruição de muitas experiências de gestão popular”, acrescentando que “o que esteve em causa foi a revolução democrática do PREC”.
“O 25 de Novembro foi preparado e dirigido pelo PS com o PPD e o CDS, aliados aos bombistas e sob o patrocínio da CIA e do ativo embaixador dos Estados Unidos em Portugal, Frank Carlucci, com o apoio dos governos alemão e português”, lê-se.
ZAP // Lusa
25 de Novembro devia ser feriado nacional…. Se os comunistas tivessem tido sucesso, hoje estávamos a receber 6 ovos por mês do governo, ver a nossa luz a ser desligada 12 horas por dia como Cuba e Africa do Sul e toda a infraestrutura do país em fim de vida.
Pois, sem o 25 de novembro seríamos a Cuba da Europa…