O Relatório e Contas da SAD do Sporting foi aprovado, nesta quinta-feira de madrugada, em Assembleia Geral (AG), com um prejuízo de quase 33 milhões de euros. Mas, após vários temas abordados na AG, o Sporting vem colocar os pontos nos is, esclarecendo os salários e prémios da administração e o preço de Paulinho.
O Sporting aprovou, em AG, o Relatório e Contas relativo ao período entre 1 de Julho de 2020 e 30 de Junho de 2021, com um resultado líquido negativo de 32,96 milhões de euros. Uma aprovação por maioria, com 627.716 votos a favor, 273 contra e 22 abstenções.
Mas a AG ficou marcada pela discussão de vários tópicos, entre os quais o preço da contratação de Paulinho ao Sporting de Braga. Um dos presentes na AG avançou que o passe do jogador teria custado à SAD 22,9 milhões de euros e não os 16 milhões anunciados por 70% do passe.
Em resposta a essa ideia, a Sporting SAD lamenta, num comunicado, o que define como “mais um episódio de uma deplorável campanha centrada” em Paulinho, “atribuindo-se agora valores irreais e especulativos, sem qualquer base, à sua contratação”.
Essa contratação “foi comunicada com transparência à CMVM e relatada com rigor no Relatório & Contas da Sporting SAD”, vinca ainda o documento sem se referir em concreto aos valores.
A terminar o comunicado, o Sporting apela ainda à comunicação social para que “preste atenção a fontes fidedignas apenas e não a vozes pouco informadas e pouco esclarecidas de quem busca apenas palco a todo o custo e sem especiais preocupações de rigor”.
Salários dos administradores não serão aumentados
Neste comunicado, a SAD leonina ainda aborda os salários e prémios dos administradores após algumas notícias que surgiram sobre o assunto.
“Não foi proposto, nem muito menos aprovado, qualquer aumento da remuneração dos membros do Conselho de Administração da Sporting SAD”, vinca a Sporting SAD.
“O limite máximo da remuneração fixa mantém-se inalterado desde 2018 e, por outro lado, a remuneração efectiva de todos e de cada um dos membros do Conselho de Administração da Sporting SAD fica – como tem ficado sempre – muito aquém desse limite máximo, o que equivale a dizer que essas remunerações nem sequer atingem o limite validado em sucessivas AG”, realça também o comunicado.
A Sporting SAD acrescenta que “o Conselho de Administração prescindiu, mais uma vez, como em todos os anos anteriores, do aumento a que teria direito por proposta da Comissão de Accionistas e deliberação da AG”, em função do “sucesso desportivo da última época”.
O modelo de remuneração aprovado “assenta nas mesmas bases desde 2018, prevendo uma remuneração fixa e uma remuneração variável” que é “calculada com base em objectivos desportivos e financeiros e é limitada, até ao corrente exercício, a 50% da remuneração fixa”, explica a SAD.
“A partir do próximo exercício esse limite passa para 75%“, mas “a existência ou não de uma tal remuneração no próximo exercício só será apreciada e votada em 2022”, salienta ainda a sociedade.
Varandas ganha menos do que os rivais
Além disso, a Sporting SAD ainda nota que “o valor das remunerações praticado” na sociedade é “substancialmente inferior ao das principais SADs rivais“.
“O total das remunerações fixas da Sporting SAD é de 75% de uma dessas SADs e – sublinhe-se – de apenas 24% da outra SAD”, aponta o comunicado de Alvalade.
E mesmo com os prémios por desempenho aos administradores, o valor pago pela Sporting SAD seria “inferior aos das principais SADs rivais: 96% de uma e 36% de outra”.
O comunicado ainda esclarece que o salário fixo de Frederico Varandas, enquanto presidente do Conselho de Administração da Sporting SAD, é “equivalente a 40% da remuneração fixa do CEO de uma das SADs rivais e 23% da remuneração do presidente da outra SAD”.
Com os prémios, “esses valores alteram para 49% e 34%”, assegura ainda a Sporting SAD.