A Deoleo antecipa uma grande quebra nos preços do azeite nos próximos três meses com a entrada no mercado da nova colheita.
A indústria do azeite está pronta para reduções significativas de preços, com os preços globais a caírem para metade dos seus máximos históricos nos próximos meses, de acordo com a Deoleo, o maior produtor mundial de azeite. Essa previsão otimista segue um período desafiador marcado por secas relacionadas com o clima, inflação e altas taxas de juros, que levaram os preços a picos históricos.
No início de 2023, a UE registou um aumento anual de 50% nos preços do azeite, enquanto o Reino Unido registou um aumento impressionante de 150% desde o final de 2021. Em Espanha, que é responsável por quase metade da produção mundial de azeite, dois anos consecutivos de seca que limitaram severamente as colheitas de azeitona fizeram subir os preços globais.
Deoleo, o produtor de marcas conhecidas como Bertolli e Carbonell, prevê uma recuperação na produção para a temporada 2024-2025. Em declarações à CNBC, Miguel Ángel Guzmán, diretor de vendas da Deoleo, previu que o mercado começaria a estabilizar à medida que a nova colheita avançasse e a oferta aumentasse. No entanto, Guzmán observou problemas persistentes nas categorias de azeite premium, particularmente a Virgem Extra.
“A flexibilização dos preços na origem deverá começar entre novembro, dezembro e janeiro, desde que as condições climatéricas e de colheita se mantenham estáveis nas próximas semanas”, antecipa Guzmán.
A Deoleo projeta que a normalização do mercado se desenvolverá gradualmente durante o primeiro semestre de 2025, impulsionada por uma maior disponibilidade de produção e redução da procura do consumidor após anos de preços elevados.
Em declarações à Euronews, Deoleo enfatizou que as quedas de preços variam de acordo com a região, influenciadas por fatores como níveis de stock, concorrência no mercado e a participação geral do azeite no mercado de azeite comestível. A colheita de 2025-2026 também desempenhará um papel crítico na determinação das tendências de preços de longo prazo.
Enquanto isso, a região do Mediterrâneo está a passar por perspetivas mistas. A Grécia está a lutar contra uma seca prolongada, comprometendo as suas colheitas. Em contraste, a Turquia, agora o segundo maior produtor mundial de azeite, está no caminho certo para uma produção recorde de 475,000 toneladas.