Praga de javalis provoca acidentes e danos (mas também há porcos abandonados à solta)

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A proliferação de javalis em diversas áreas do país está a tornar-se um problema, com acidentes de viação e agricultores a queixarem-se de prejuízos provocados por estes animais. Mas também há casos de porcos domésticos abandonados pelos donos confundidos com javalis.

Há dias, surgiram notícias sobre avistamentos de javalis às portas de Lisboa, na Amadora. Mas o presidente do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), Nuno Banza, explica à Rádio Renascença que, afinal, “eram porcos vietnamitas”.

“Nem todos os porcos que encontramos na cidade são javalis. Naquele caso concreto, aqueles porcos eram uma espécie de porco doméstico, eram porcos vietnamitas”, nota Nuno Banza, frisando que os animais “provavelmente terão sido libertados de alguma exploração” ou eram animais de estimação que foram abandonados.

“Há os novos urbanos que, numa tentativa de ligação à ruralidade, adoptam uns porquinhos para ter em casa”, mas “o problema é que os porcos crescem e quando ficam grandes as pessoas, muitas vezes, não sabem o que fazer com os porcos e depois libertam-nos”, esclarece Nuno Banza.

Sobre os javalis, o presidente do ICNF refere na Renascença que a população destes animais “tem tido registos de aumento por toda a Europa“, incluindo Portugal.

Não se sabe o número exacto de animais, nem a sua localização. Estima-se que sejam entre 100 a 200 mil, segundo o ICNF que espera que o estudo que a Universidade de Aveiro começou a fazer, neste ano, venha ajudar a conhecer quantos elementos tem a população de javalis em Portugal.

Nas zonas rurais, sobretudo no centro e sul do país, vários pequenos agricultores se queixam de prejuízos elevados devido as estragos provocados pelos javalis, sobretudo nos campos de milho.

“Os javalis entram às dezenas nos campos à noite, destroem as espigas para comer o milho e cavam a terra para encontrar a água”, refere ao Jornal de Notícias (JN) o presidente da Associação Nacional de Produtores de Milho e Sorgo (Anpromins), Jorge Neves.

A Anpromins fala de prejuízos da ordem do um milhão de euros.

Entretanto, a GNR também tem registado acidentes de viação envolvendo javalis. Entre Janeiro e Julho deste ano, houve 325 incidentes destes, com um ferido grave e 14 feridos leves, segundo apurou o JN.

Para tentar controlar a população de animais, foi emitida uma autorização especial para caçar javalis nas zonas mais afectadas até 30 de Setembro. Mas a medida ainda não teve os efeitos desejados.

Entretanto, Nuno Banza explica que a esterilização dos animais não é solução, pois “implica chegar até eles e manuseá-los” e “não se usa em animais selvagens com uma dispersão territorial como a do javali, simplesmente porque não tem efeito”.

O presidente do ICNF avisa ainda que estamos a falar de animais selvagens e que, portanto, “é preciso ter cuidado na aproximação de pessoas“.

ZAP //

10 Comments

  1. O exmo sr. Não tem, por certo, nada que o possa prejudicar devido a existência da grande quantidade de javalis/javardos. Seria ótimo ser possível enviar lhe a fatura, a descontar no seu vencimento. Como tal não é possível continua com as suas filosofias, digo na fresca ribeira.

  2. Simples. Cacem-nos e, se não tiverem doenças, comam-nos. Carne de porco é deliciosa.
    A distinção porco/javali não faz sentido. É tudo o mesmo animal. Quando os porcos domésticos fogem ou são abandonados e se tornam bravios, tornam-se javalis.
    Imagino que o PAN esteja contra que se matem os pobres bichinhos mas eu coloco-lhes um desafio: Tentem ser coerentes. Afinal, gostam mais dos animais ou do ambiente? É que os porcos bravos são altamente nocivos ao ambiente. Escolham: Querem matá-los ou então deixá-los destruir o campo, prejudicando centenas de espécies vegetais e animais e contribuindo para o desmatamento?
    Agora é que vos arranjei um problema. Ser coerente dá trabalho, não é?
    Posso sugerir uma alternativa, que é os gajos do PAN levarem os porquinhos para casa e alimentá-los com comida vegana, biológica e fair trade. Fica caro, mas fazemos tudo pelos bichinhos, não é?

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