Possível mutação de vírus HKU5 dos morcegos deixa cientistas preocupados

ZAP // Andre Zan / Pixabay; yusamoilov / Flickr

Cinco anos depois do início da propagação mundial da Covid-19, estudos sobre um outro subconjunto do coronavírus deixa os cientistas preocupados com uma possível nova pandemia. 

O vírus HKU5 teve origem em morcegos, como a maioria dos cientistas acredita ter acontecido com o SARS-CoV-2 que causou a pandemia de Covid-19.

Os estudos realizados até agora concluíram que este vírus é incapaz de causar grandes danos aos seres humanos.

Mas uma potencial mutação viral pode alterar essa situação, nota a The Week.

O agente patogénico, que se encontra naturalmente no morcego doméstico japonês, é um subgrupo do merbecovírus, que é por sua vez uma subcategoria do coronavírus que causa doenças como a Síndrome Respiratória do Médio Oriente (MERS).

Nas duas últimas décadas, os cientistas catalogaram as sequências genéticas de milhares de vírus em animais selvagens, mas na “maioria dos casos, pouco se sabe sobre se estes vírus representam uma ameaça para os seres humanos”, dizem os autores de um estudo recentemente publicado na Nature Communications

Embora seja pouco provável que o HKU5 na sua forma actual infete humanos, os cientistas dizem que isso poderá mudar se o vírus sofrer uma mutação. E, sendo pouco provável que a maioria dos merbecovírus tenha capacidade de infetar humanos, se há algum subgrupo que o consiga fazer é o HKU5, diz a Newsweek.

O novo estudo, conduzido por investigadores da Universidade de Washington, concluiu que o HKU5 consegue “aderir ao receptor ACE2 nas células-alvo” — o mesmo método que a estirpe de coronavírus identificada em 2019 usa para transmitir a Covid-19.

Neste momento, os vírus HKU5 “apenas conseguem explorar adequadamente o receptor ACE2 em morcegos — e são muito menos eficazes a aderir aos que se encontram nas células humanas”. Ainda assim, os cientistas já identificaram potenciais mutações que poderão permitir que os vírus se liguem aos recetores ACE2 noutras espécies, incluindo seres humanos.

“O HKU5 poderá estar apenas a um pequeno passo de conseguir saltar para seres humanos”, diz Michael Letko, virologista da Universidade de Washington e autor principal do estudo, em comunicado de imprensa da universidade.

“Embora não haja evidência de que tenham saltado para pessoas ainda, o potencial existe — e isso torna-os dignos de vigilância”, acrescenta Letko.

No entanto, alguns investigadores minimizam a ideia de que o HKU5 possa alguma vez chegar aos seres humanos.

A estirpe foi identificada por cientistas chineses no início de 2025, e, segundo disse na altura à CNN um porta-voz dos CDC / Centros de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA, “não há razão para acreditar que atualmente represente uma preocupação para a saúde pública”.

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