Todos os seis concelhos onde vivem os portugueses que pagam a taxa máxima de IRS ficam no litoral. Lisboa é o município onde se concentram mais agregados familiares mais ricos.
De acordo com o relatório “Dashboard de Desigualdades de Rendimento e IRS”, que foi feito tendo por base as notas de liquidação de IRS de 2020, os portugueses mais ricos vivem em apenas seis concelhos.
O relatório em causa foi publicado pelo Gabinete de Estudos do Ministério das Finanças (GPEARI).
Apenas 0,1% da população paga a taxa máxima de IRS. Em média, estes portugueses auferiram 264,4 mil euros por ano, o que se traduz num salário mensal de 19 mil euros. A maioria pagou uma taxa de 42,25% de IRS, beneficiando das deduções possíveis para não pagar 48%.
A maioria destes portugueses mais ricos vive em Lisboa (1838 agregados familiares), seguindo-se o Porto (485), Cascais (484), Oeiras (312), Sintra (194) e Vila Nova de Gaia (120), relata o Correio da Manhã.
O total do rendimento declarado ascende aos 10 mil milhões de euros. A maioria dos mais ricos vive em concelhos do litoral. Já os mais pobres vivem no interior, no litoral algarvio e nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.
A maior fatia de pessoas com rendimentos mais baixos está concentrada em quatro concelhos no Algarve — 22,6% da população da cidade de Albufeira pertence ao grupo de 10% dos mais pobres em Portugal.
Lagos, Tavira e Lagoa seguem-se na lista os concelhos com a população mais pobre. Bragança, Vila Real e Viseu também têm uma elevada proporção de famílias com rendimentos pequenos.
O dashborad do GPEARI permite uma análise completa dos níveis e desigualdades dos rendimentos declarados e englobados no IRS, bem como dos efeitos redistributivos e taxas efetivas deste imposto, ao longo de toda a distribuição e também nos topos da mesma.