A cientista portuguesa Carla Ribeiro descobriu o mecanismo das células resistentes ao VIH, denominadas “Langerhan cells” e que são as primeiras a interagirem com o vírus após contacto sexual.
O estudo, liderado pela portuguesa e publicado a 7 de dezembro na Nature, explica o mecanismo que torna determinadas células naturalmente resistentes ao VIH .
“Nestas células, o VIH-1 é destruído por um processo chamado autofagia, que ocorre dentro das células e é capaz de digerir micróbios como uma trituradora“, explicou Carla Ribeiro, do departamento de Experimental Immunology do Academic Medical Center, em Amesterdão, na Holanda.
Segundo a cientista, a autofagia é ativada nas “Langerhan cells”, que residem em diferentes tecidos humanos, incluindo vagina, prepúcio e intestino, “através da ação de um fator restritivo que é funcional apenas neste tipo de células”.
“O mesmo fator restritivo não funciona noutras células, sendo estas por consequência infetadas com VIH”, explica Carla Ribeiro.
A descoberta, segundo o comunicado, vai permitir aos investigadores “desenvolver novos métodos preventivos contra o VIH, mas também destruir o vírus após a infeção”.
“No entanto, é preciso haver mais investigação nesta área para que novas terapias possam ser desenvolvidas”, acrescenta.
Segundo um relatório da ONU, citado pela Renascença, o número de pessoas infetadas pelo VIH que estão a tomar medicamentos anti-retrovirais duplicou em apenas cinco anos, mas há uma grande taxa de infeção entre mulheres jovens, sobretudo as africanas.
Em 2015, mais de 7500 adolescentes e mulheres jovens foram infectadas com VIH, por semana, em todo o mundo.
ZAP / Lusa