Um cidadão português de 40 anos, Joseph John – que na China se chama Kin Chung Wong -, está detido por suspeitas do crime de sedição, por ter publicado conteúdos ‘online’ que as autoridades de Hong Kong consideram “incitar à violência” ou “levar ódio” ao território.
De acordo com o Hong Kong Free Press, citado pelo Expresso, as autoridades acusam o português de “estimular o descontentamento” contra o governo, promover a “desobediência” civil através de publicações no Facebook, Twitter e Instagram.
A informação foi avançada por uma jornalista da AFP, correspondente da agência em Hong Kong. Este será o primeiro de 139 indivíduos acusados com base em crimes contra a segurança nacional. O homem terá sido presente a tribunal em West Kowloon e o juiz recusou-lhe a saída sob fiança.
#JUSTIN John Joseph, Chinese name 黃煡聰, was arrested by national security police in HK on Nov 1 and is now charged of sedition in West Kowloon court. Charge sheet shows that the 40yo is a Portuguese national, a first among 139 individuals charged over national security ground.
— Xinqi Su 蘇昕琪 (@XinqiSu) November 3, 2022
“Kin Chung Wong está empregado como Engenheiro de Produto e estava em Hong Kong por razões familiares quando foi detido”, indicou uma fonte oficial da faculdade ao Expresso.
Segundo o Hong Kong Free Press, Joseph John foi ouvido por um dos juízes com mais tendências securitárias de Hong Kong. A acusação pediu que o caso fosse adiado por 12 semanas, até 26 de janeiro de 2023, para que a polícia investigue os seus três telemóveis, o seu computador portátil e a sua conta bancária.
Entretanto, o acusado terá a possibilidade de voltar a pedir a libertação sob fiança a 11 de novembro.
Em resposta à agência Lusa, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português disse ter “conhecimento da detenção de um cidadão portador de passaporte português em Hong Kong”.
“De momento, o MNE, através do consulado-geral de Portugal em Macau, está a diligenciar junto das autoridades de Hong Kong para apurar mais elementos sobre este caso, bem como informar em conformidade a família, da qual foi recebido contacto”, referiram as autoridades portuguesas.