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Portugal já está a identificar oportunidades de trabalho para refugiados ucranianos

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partyofeuropeansocialists / Flickr

O primeiro-ministro, António Costa

O primeiro-ministro, António Costa

O primeiro-ministro português, António Costa, revelou, em Bruxelas, que Portugal está já a identificar oportunidades de trabalho concretas para refugiados ucranianos, e disse esperar que a UE não repita os erros de anteriores crises humanitárias.

“Fui um dos membros do Conselho que chamou a atenção que a Europa não deve repetir agora a situação de impreparação que já revelou no passado, perante crises humanitárias que se afiguram claramente previsíveis e, portanto, deve desde já preparar os mecanismos de acolhimento”, alertou António Costa.

As declarações foram feitas no final de uma cimeira extraordinária de líderes dos 27 Estados-membro da União Europeia (UE), iniciada na quinta-feira à noite, para debater a agressão militar da Rússia à Ucrânia.

Costa sublinhou que Portugal reafirmou a sua total disponibilidade para “partilhar com todos os outros Estados-membros” a “obrigação de assegurar protecção internacional a todos”.

O primeiro-ministro lembrou ainda que, “no caso concreto dos ucranianos, Portugal tem uma experiência muito positiva com a extraordinária comunidade ucraniana que já há quase 20 anos reside” no país.

“O senhor ministro de Estado, da Economia e Transição Digital [Pedro Siza Vieira] e a senhora ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social [Ana Mendes Godinho] têm estabelecido contactos com um conjunto vasto de empresas para a identificação de oportunidades de postos de trabalho em concreto”, revelou.

Desse modo, Portugal está em condições, através do Instituto do Emprego e de Formação Profissional, “de poder também fornecer os dados para o perfil profissional adequado às diferentes oportunidades de trabalho, que neste momento existem felizmente em Portugal e que são fundamentais, aliás, para apoiar a retoma da economia portuguesa“.

Relativamente ao acolhimento de refugiados, António Costa disse que Portugal defende, como defendeu no passado, relativamente a outros casos, que “deve ser respeitado o princípio da solidariedade europeia, que todos os Estados-membros se devem disponibilizar”.

Mas há Estados que, “pela sua proximidade geográfica, por terem uma fronteira comum, serão naturalmente os primeiros a serem solicitados na proteção internacional”, assumiu Costa, acrescentando que, “neste caso concreto, com toda a probabilidade será a Polónia“.

Quanto a Portugal, reiterou que será assegurada “a concessão imediata de vistos para todos aqueles que sejam familiares, amigos ou conhecidos de residentes em Portugal e queiram desde já ir residir para Portugal”.

Nesse sentido, já foram “dadas instruções” aos serviços consulares e embaixadas, “quer na Ucrânia, quer nos países limítrofes”, indicou o primeiro-ministro.

Segundo dados do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), pelo menos 100.000 pessoas já abandonaram as suas casas na Ucrânia devido à invasão russa e vários milhares cruzaram as fronteiras rumo a países vizinhos.

ZAP // Lusa

 

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