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Portugal é o pior da UE na prática de exercício físico (e isso custa-nos milhões de euros)

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A falta de actividade física dos cidadãos europeus está a custar aos países da União Europeia 8 mil milhões de euros por ano. Portugal é o pior dos 27 neste âmbito.

Mais de um em cada três adultos na União Europeia (UE) não cumpre as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre actividade física, segundo um relatório da OMS e da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE).

Em 2016, 35,4% dos adultos dos 27 países da UE não eram suficientemente activos segundo os critérios da OMS, que recomenda pelo menos 150 minutos de atividade física de intensidade moderada por semana.

Finlândia no primeiro lugar, Portugal no último

De entre os 27 Estados membros da UE, a Finlândia era o país mais bem colocado, com menos de 20% dos adultos a falharem a recomendação da OMS. Um dado interessante quando este país nórdico enfrenta longos e frios Invernos.

A Suécia, com condições meteorológicas semelhantes, surge em segundo lugar.

Já o solarengo Portugal aparece no extremo oposto, como o pior classificado, com mais de 45% dos adultos a ficarem aquém do recomendado pela OMS. Alemanha, Chipre e Itália aparecem logo a seguir na lista dos piores.

O relatório cita também dados do último Eurobarómetro, segundo os quais apenas quatro em 10 adultos (38%) na UE faziam exercício ou desporto pelo menos uma vez por semana em 2022 – e só 6% o faziam cinco vezes por semana.

Além disso, quase metade (45%) dos adultos admitiam que nunca faziam exercício, nem desporto, apesar de a actividade física ser uma das coisas mais importantes que se pode fazer para melhorar a saúde física e mental e o bem-estar.

Adolescentes com baixos níveis de actividade

O baixo nível de actividade física é também comum entre os adolescentes, em particular entre as raparigas, já que menos de um em cada cinco rapazes e menos de uma em cada 10 raparigas dizem respeitar a recomendação da OMS de pelo menos uma hora de actividade física moderada a vigorosa por dia.

Embora a participação dos europeus em actividades físicas ou desportivas tenha melhorado pouco entre 2017 e 2022 – a média da UE melhorou de 44% to 53% -, alguns países viram mesmo o nível de atividade física diminuir, nomeadamente Portugal.

Segundo o relatório, a pandemia de covid-19 piorou a situação para a maioria, apesar de alguns adultos terem aproveitado os confinamentos para fazerem mais exercício.

Mais de metade dos europeus reduziram a sua actividade física e apenas 7% tencionam fazer mais exercício quando a pandemia terminar.

Mais actividade podia evitar milhões de doenças

Os autores estimam no relatório que, se todas as pessoas respeitassem as orientações da OMS para a actividade física, seria possível prevenir mais de 10.000 mortes prematuras de pessoas entre os 30 e os 70 anos de idade por ano.

Se todos seguissem as orientações da OMS para a actividade física, “seriam evitados 11,5 milhões de novos casos de doenças não transmissíveis até 2050”, incluindo “3,8 milhões de casos de doenças cardiovasculares, quase 1 milhão de casos de diabetes tipo 2 e mais de 400.000 casos de vários tipos de cancro“, como refere o relatório, segundo cita o Politico.

“Dados os benefícios do exercício para a saúde mental, também evitaria 3,5 milhões de casos de depressão até 2050”, aponta a mesma publicação.

Além disso, a esperança de vida aumentaria 7,5 meses para aqueles que, agora, são insuficientemente activos.

Sedentarismo custa 8 mil milhões por ano

Por outro lado, os Estados membros da UE poderiam economizar anualmente 0,6% do seu orçamento para a saúde. Isto porque a falta de actividade física dos europeus está a custar “8 mil milhões de euros por ano” aos países da UE, como nota ainda o Politico.

“Cada euro investido em actividade física gera um retorno quase duplo de 1,7 euros em benefícios económicos”, explica ao site de informação o director regional da OMS para a Europa, Hans Kluge.

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. “Finlândia no primeiro lugar, Portugal no último”
    Isto não deveria ser assim! Nós temos excelentes condições meteorológicas. Não faz qualquer sentido. E enquanto sociedade, muito ganharíamos se se incentivasse mais a prática regular de desporto. Longevidade, menos problemas e encargos no SNS, menos absentismo, …

    PS: ZAP não é metereológicas mas sim meteorológicas.

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