Portugal já terá atingido o pico de novos casos da segunda vaga de covid-19, de acordo com os cálculos dos peritos consultados pelo Governo.
Em declarações ao jornal Observador, engenheiro Carlos Antunes, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que trabalha em parceria com o epidemiologista Manuel Carmo Gomes no aconselhamento ao Governo, adiantou que o pico de casos desta segunda vaga terá ocorrido entre 8 e 21 de novembro.
“Estamos a três ou quatro dias a passar pelo pico e os dados de quarta e de quinta-feira vieram consolidar isso mesmo”, explicou o especialista..
As estimativas dos especialistas, que já têm em conta os infetados que só serão reportados nos próximos dias, indicam que “o pico já estabilizou e que já não vamos atingir um máximo de sete mil casos“: “Ficámos por uma média de 6.200”.
Segundo Carlos Antunes, o número de novos casos vai começar a descer na próxima semana. “[Os novos casos] vão começar a baixar paulatinamente, mas a taxa com que o vão fazer é que terá de ser monitorizada”, disse, dando conta que, idealmente, a taxa deveria baixar entre 2% e 3% por dia para que o número reduzisse para metade em apenas 20 dias. Assim, “no princípio de janeiro, estaríamos na ordem dos 1.500 casos”.
Contudo, frisa o especialista, esta trajetória descendente de novos casos só se manterá se continuarem em vigor medidas como o recolhimento obrigatório e a redução de contactos.
Portugal contabiliza pelo menos 4.209 mortos associados à covid-19 em 280.394 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
O país está em estado de emergência desde 9 de novembro e até 8 de dezembro, período durante o qual há recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado.