Portugal está numa situação financeira “muito estável”

OLIVIER HOSLET/EPA

O Presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe (E), e o Ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento (D).

 

 

O presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, sublinhou esta segunda-feira as finanças “muito estáveis e em boas condições” de Portugal, esperando uma “excelente cooperação” com o novo ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, que se ‘estreia’ em Bruxelas.

“Espero que continuemos a manter uma excelente cooperação com o novo Governo de Portugal e com o novo ministro das Finanças. Sei que, de um modo geral, as finanças de Portugal permanecem muito estáveis e em boas condições, mas também sei que o novo ministro das Finanças terá os seus próprios planos relativamente à forma como pretende reforçá-las ainda mais, mas prevejo uma excelente cooperação”, declarou Donohoe.

Falando na chegada à reunião do Eurogrupo, em Bruxelas, na ‘estreia’ do ministro português das Finanças, o responsável escusou-se a comentar as recentes declarações de Joaquim Miranda Sarmento relativas ao défice e dívida deixadas pelo anterior governo socialista: “Deixo isso para o debate que está a decorrer em Portugal”.

“Sei que, de um modo geral, a opinião do Eurogrupo, da Comissão e de todos os ministros das Finanças membros da União Europeia é que se registou uma enorme melhoria nas finanças públicas de Portugal. Vimos os seus níveis de endividamento continuarem a melhorar e vimos também a economia portuguesa regressar a um forte crescimento e estou certo de que o novo ministro das Finanças nos informará sobre as suas últimas perspetivas relativamente à economia atual”, referiu Paschal Donohoe. “Sei que teremos uma ótima cooperação com eles”, disse ainda.

Prioridades do Governo apresentadas na Europa

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, estreia-se esta segunda-feira em Bruxelas para uma reunião do Eurogrupo, na qual irá apresentar as “prioridades da política económica e financeira do novo Governo” aos seus homólogos da zona euro.

Não estão previstas declarações do ministro das Finanças aos jornalistas portugueses em Bruxelas. Fonte do Ministério das Finanças sublinhou, ainda assim, que o governante irá apresentar aos seus homólogos da zona euro o “programa ambicioso de reforma estrutural da economia portuguesa” e o “compromisso de manter contas equilibradas e a redução da dívida pública”.

No início de maio, numa síntese sobre a execução orçamental nos três primeiros meses do ano, Joaquim Miranda Sarmento revelou que o défice e a dívida não pagos pelo anterior governo socialista atingiram 600 milhões de euros em março.

“Em janeiro havia um ‘superavit‘, um excedente, de quase 1,2 mil milhões de euros. Este excedente baixou para cerca de 800 milhões em fevereiro, e em março atingiu um défice de quase 300 milhões”, declarou o governante.

De acordo com Joaquim Miranda Sarmento, a execução orçamental atingiu um défice de 259 milhões de euros em março, com as dívidas a fornecedores a aumentarem cerca de 300 milhões de euros.

Já depois da sua demissão do cargo primeiro-ministro, António Costa aprovou mais de mil milhões de euros (1080 milhões) de despesas extraordinárias que não estavam no orçamento para este ano, acusa o novo ministro das Finanças.

“Destes, 960 milhões foram já depois das legislativas“, disse ainda Miranda Sarmento, em conferência da Associação de Instituições de Crédito Especializado.

As declarações foram, contudo, desmentidas pelo seu antecessor, o socialista Fernando Medina.

Esta reunião do Eurogrupo ocorre dois dias antes de a Comissão Europeia divulgar as previsões macroeconómicas de primavera para a zona euro e União Europeia.

ZAP // Lusa

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