A antiga líder social-democrata Manuela Ferreira Leite argumenta que, se Portugal não mudar de rumo, caminha para se tornar o que chama “o Alentejo da Europa”.
A antiga ministra das Finanças e da Educação falava durante o encontro “Mulheres e o Mercado de Trabalho”, em Lisboa.
“Provavelmente é muito violento o que vou dizer, mas se não mudarmos a situação nós, Portugal, estamos no caminho de vir a ser o Alentejo da Europa”, disse Manuela Ferreira Leite, citada pela Renascença.
A ex-líder do PSD entre 2008 e 2010 referia-se ao envelhecimento da população portuguesa, que se tem vindo a agravar. Na sua perspetiva, a tendência é piorar nos próximos anos.
“E o Alentejo da Europa como sendo uma região muito bonita, extremamente atrativa, ótima para se descansar, para apanhar sol, comer bons petiscos, mas morta e sem vida. E é para isso que nós nos estamos a preparar”, acrescentou Ferreira Leite.
Na última década o Índice de Envelhecimento registado em Portugal tem vindo a agravar-se de forma constante. Em 2006 por cada 100 jovens residiam em Portugal 112 idosos, valor que aumentou para 154,4 em 2017 e, segundo projeções do INE (2014), estima-se que em 2060 este número venha a atingir valores ainda mais elevados, passando a residir em Portugal 307 idosos por cada 100 jovens.
De notar que desde o ano 2000 que o número de idosos ultrapassou o número de jovens em Portugal, sublinha o Observatório das Migrações.
Segundo os dados dos censos de 2021 divulgados pelo INE, a percentagem de população idosa (65 e mais anos) representava 23,4%, enquanto a de jovens até aos 14 anos era de apenas 12,9%.
«…O sistema político da Constituição de 1976 está gasto, transformou a Democracia, Esperança do 25 de Abril, num “ancien régime”.
Transformou-A numa partidocracia subordinada a várias oligarquias, onde impera o poder do dinheiro e não o Primado da Pessoa Humana, nem a soberania do Povo.
O Estado Social vem sendo descaradamente destruído e agravam-se as desigualdades sociais.
Os menos esclarecidos julgam que os centros de decisão mais importantes ainda estão nos Partidos, e não, como agora, nas sociedades secretas cujos interesses financeiros, protegidos por uma desregulação selvagem, dominam o Estado.
Portugal, por culpa da passividade e da incompetência, foi transformado num protectorado de uma Europa sem coragem de se autoconstruir, afundada no Relativismo e rejeitando Princípios, Valores e Ideologias.
Está assim comprometido o Interesse Nacional e o Bem Comum dos Portugueses.
Também a posse das máquinas informativas pelos poderes aqui denunciados, ajuda a convencer os Portugueses de que não há outro caminho de Regeneração, de Democracia e de Desenvolvimento Integral da Pátria, a não ser o deste percurso de “apagada e vil tristeza” por onde nos forçam os “velhos do Restelo” do século XXI português.
Os socialmente mais débeis são os mais covardemente atingidos e sofredores, porque assim o escolheram as oligarquias e as sociedade secretas.
A crise tinha de ser enfrentada, mas não desta maneira de genocídio social…» – Alberto João Jardim in «A Tomada da Bastilha»
Uma análise realista, que merecia uma grande divulgação.
Que observação tão infeliz a da ex-governante. Vai ser lida como um mimo pelo povo que vive e trabalha no Alentejo, por aqueles que não são nem mortos nem vegetação seca.
Excelente opinião !
Sou empresário no Alentejo, e de sucesso. A Eng Ferreira Leite se acha que o Alentejo está sem vida , devesse tambem a ela. O que fez ela por esta região quando esteve no governo .Hoje todos os que estiveram no governo e estâo agora fora são uns sábios . O que fez ela e os restantes por esta região ? Simplesmente nada, como ela diz é uma boa zona para descansar e comer bem. Que qualidade de vida tenho em viver neste paraíso .
O Alentejo fez por sim mesmo e agora queixa-se!
Fala da Leite no gov mas esquece a historia, reclamam agora de falta de apoios dos mesmos que os alentejanos escorraçaram e quem nada queriam (nem ver pintados) na década de 70/80
Haja honestidade, gosto muito do Alentejo, mas camarada, não sejam hipócritas!
A Ferreira Leite tem toda a razão.
Mas, a perspectiva dela é influenciada pelas tendências profissionais.
O que mais me preocupa é a questão da ‘Soberania’.
Mais exactamente o direito que os Portugueses têm para viver no seu Portugal que foi-se construindo desde à quase mil anos, à custa de SANGUE, SUOR E LÁGRIMAS.
– A comer o que este país tem de bom (e melhor que qualquer outro), como o peixe e outros produtos agrícolas ‘premium’;
– A viver nos locais mais bonitos que lhes for possível, neste “Jardim à beira-mar plantado”~, com acesso sem restrições a TODA a Orla Costeira (que é um direito e legado implícito na portugalidade);
– A pagar impostos, mas a exigir que os que cá venham instalar-se, em números que devem ser CLARAMENTE delimitados, paguem (pelo menos) tantos impostos como nós;
Criar um País de Serviços, com o Turismo a ser denominado como “o nosso petróleo”, é estarmos a pedir para sermos colonizados por aqueles que, por via da sua capacidade financeira, podem pagar valores muito mais elevados do que os portugueses comuns e, consequentemente, fazerem competição desigual para as escolhas e preferências dos lugares.
Isto a continuar assim vais causar que iremos sentir com MUITO MAIS FREQUÊNCIA aquela sensação de ultraje que ‘costumávamos’ sentir quando entravamos num bar do Algarve e o (sacana do) gajo por detrás do balcão não falava Português.
Ferreira Leite …Ministra das FINANÇAS de 2002 a 2004!!
“Esquece -se” que a situação actual não foi criada da noite para o dia.
É o resultado da soma de actos da má governação do PS, CDS, PSD, que há décadas vêm empobrecendo o nosso País e levaram á fuga de milhares de jovens para o estrangeiro.
Ferreira Leite a antiga Ministra das Finanças e comentadora há longas décadas é, ela também, responsável pela situação em que nos encontramos.
Caro ZAP,
Em nome da língua portuguesa, por favor corrijam a última parte do período seguinte: «A antiga líder social-democrata Manuela Ferreira Leite argumenta que, se Portugal não mudar de rumo, caminha para ser aquilo que chama de “o Alentejo da Europa”.». Deverá ser: «A antiga líder social-democrata Manuela Ferreira Leite argumenta que, se Portugal não mudar de rumo, caminha para ser aquilo a que chama “o Alentejo da Europa”.
“Chamar algo/alguém de alguma coisa” é uma intromissão do registo oral do Brasil; em português continental usa-se a preposição “a” : «chamar alguma coisa a algo/alguém».
Espero ter ajudado.
Cara leitora,
Obrigado pelo reparo, está corrigido.
O país está no bom rumo:
– Todos os portugueses têm médico de família e consultas em tempo útil sempre que necessário.
– O acesso à justiça é fácil, barato e rápido.
– Na educação todos andam contentes.
– Mais de metade da população está enfiada no Grande Porto e Grande Lisboa. O resto do país tende a ficar para reserva ecológica nacional. Há uma clara preocupação ambiental neste desígnio coletivo de vivermos todos uns em cima dos outros.
– O país está a lançar as bases para o crescimento das próximas décadas. Disso são exemplos a escolha célere da localização do novo aeroporto, a companhia aérea nacional de sucesso, a aposta contínua no turismo com o encerramento dos alojamentos locais…
– Na agricultura estamos de vento em popa. As nossas empresas agrícolas solicitam autorizações aos organismos competentes para a criação de charcas e pequenas reservas de modo a auxiliar no combate à seca, e passados 10 ou mais anos conseguem obter uma resposta. Assim, vale a pena trabalhar. Tudo é célere e desburocratizado. É um prazer trabalhar assim.
– O país vive em harmonia, afinal trabalha-se o mesmo número de horas no público e no privado. Todos vivem felizes de mãos dadas.
– A competência tomou conta do governo. Todos os dias somos brindados com provas nesse sentido.
– Não há corrupção em Portugal, como diariamente podemos constatar com as diferentes nomeações para o Governo.
– Todos têm uma segunda e terceira oportunidade como se pode ver pelo derrotado de Lisboa, Medina, que surge numa nova faceta, enquanto um fantástico saqueador de empresas e particulares.
– Pagamos muitos impostos mas temos resultados à vista no excelente sistema de justiça, na educação de excelência, nos serviços de saúde em que apenas temos de esperar 72 horas numa urgência, na segurança do país… Assim vale a pena pagar impostos. Pagamos, e muito, mas temos resultados. Somos felizes.
– As leis em Portugal são claras e simples para todos. Não há como não entender toda a lei fiscal, civil,… e toda a interpretação realizada pelos nossos tribunais das claríssimas leis feitas por quem nunca lidou com a realidade sobre a qual se arroga ao direito de legislar.
– Retemos os melhores talentos. Os médicos, engenheiros, economistas… que o país vê sair são apenas gente rasca.
Portugal é isto e sobretudo muito mais do que isto! Mas poderia ser outra coisa qualquer. Já descobrimos novos mundos. Agora nem o nosso mundo conseguimos descobrir.
Brilhante. Assino por baixo. Podíamos ser grandes mas infelizmente temos os políticos que temos. Parabéns pelo belíssimo texto.
Tantas verdades. E haveria mais umas quantas. Temos gente capaz mas estivemos sempre entregues aos bichos.
Bravo!!
Lembraram-se agora do maior problema que Portugal enfrenta e vai enfrentar nas próximas décadas.
Olha quem fala!…
Esta carcaça não se lembrou disso quando esteve no governo?
Pois…