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Militares portugueses deixam Cabul “dentro de algumas horas”. Com eles vêm 38 afegãos

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Anna Moneymaker / Getty Images / AFP

João Gomes Cravinho reconheceu que o número de afegãos acolhidos em Portugal pode aumentar depois da reunião dos ministros da Administração Interna europeus, onde será debatido o plano europeu de acolhimento.

Portugal deve receber nas próximas horas cerca de 38 afegãos, na sequência dos voos de evacuação que estão a partir de Cabul, capital do Afeganistão. À SIC Notícias, João Gomes Cravinho revelou que estes indivíduos serão acompanhados pelos quatro militares portugueses que têm estado a ajudar nas operações — os quais devem abandonar Cabul “dentro de algumas horas“.

“Durante os próximos dois ou três dias, vão chegar 56 afegãos — 18 dos quais já estão fora de Cabul e os outros 38 vão embarcar em aviões diferentes nas próximas horas”, disse o Ministro da Defesa português que explicou ainda que ao longo dos últimos anos os 56 afegãos trabalharam “diretamente com as forças portuguesas“.

Segundo avança o Expresso na sua edição desta semana, em causa estão vinte homens, intérpretes na sua maioria, que trabalharam diretamente com as forças nacionais e devem viajar acompanhados das suas famílias nucleares: mulheres e filhos até aos 21 anos. Estima-se que sejam mais de 70 crianças e jovens a resgatar.

Esta semana, no regresso dos militares portugueses a Cabul — tinham abandonado a capital do Afeganistão em maio —, estes levavam consigo os nomes dos civis que necessitam impreterivelmente de ser retirados do país, sob pena de correrem risco de vida. Uma missão que as forças portuguesas estimaram para 48 horas.

Devido à complexidade das operações de resgate e ao caos que se instalou no aeroporto de Cabul, José Gomes Cravinho admitiu que “há uma grande incerteza ainda com os voos e percursos” que tanto os militares portugueses como os civis afegãos irão fazer. O ministro da Defesa sublinhou que neste momento “o grande objetivo é retirar gente de Cabul e isso está a acontecer, em direção a múltiplos aeroportos” e “cada grupo virá a um ritmo ligeiramente diferente”.

Aqueles que chegarem nos próximos dias ficarão alojados em Lisboa, sendo que todo o processo está a ser coordenado pelo Governo português em parceria com o Alto Comissariado para as Migrações.

Tal como já tinha sido antecipado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros esta semana, o número avançado inicialmente pelas autoridades portuguesas relativo ao número de afegãos que o país deveria receber — 30 — será largamente ultrapassado, confirmou Cravinho. “Se chegassem amanhã, 300 poderíamos acomodar rapidamente.” O ministro da Defesa também confirmou que é provável que Portugal receba muitos mais afegãos “ao longo das próximas semanas e dos próximos meses.”

Sobre a possibilidade de ainda permanecerem no Afeganistão portugueses que não os quatro militares, José Gomes Cravinho afirmou não poder dar uma “garantia absoluta” e evocou o caso de um bombeiro cuja evacuação também já estava perfeitamente assegurada, apesar de não saber se este “ainda está em Cabul ou se já saiu”.

Também ao Expresso, o Ministério dos Negócios Estrangeiros revelou que, para além daqueles que trabalharam diretamente com as forças portuguesas, também receberam pedidos de auxílio de grupos profissionais em situações de vulnerabilidade, tais como jornalistas, mulheres juristas, estudantes ou ativistas de direitos humanos.

Existe ainda o caso das duas mulheres que, ao longo das duas últimas semanas, foram contratadas por empresas portuguesas e que passaram a ser portadoras de um visto de trabalho em Portugal e de afegãos em território português que tentam reunir as suas famílias.

“É uma corrida contra o tempo“, explicou Augusto Santos Silva ao semanário. “Uma coisa é haver mulheres, ativistas ou jornalistas afegãos que pedem asilo a Portugal, outra é conseguirem entrar no aeroporto — e quem controla é o poder afegão.” O ministro sublinhou ainda a ideia de que assegurar a segurança para quem pretende chegar ao aeroporto de Cabul é algo “muito difícil” em termos de “tempo e segurança”.

Ana Rita Moutinho //

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1 Comment

  1. Serão afegãos ou talibans disfarçados de afegãos?
    Já não bastou a quantidade enorme de terroristas que vieram da síria, agora veem do afeganistão.
    Não os mantenham debaixo de olho e vão ver o que é que eles realmente vão trazer!
    Não é uma questão de racismo, é apenas uma questão de segurança e de ser realista pois exemplos não faltam de que nunca serão de confiança em lado algum!

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