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Portugal 7 – 0 Andorra | Um rico treino de finalização

José Sena Goulão / Lusa

Demasiado fácil. Antes de defrontar França (sábado) e Croácia (terça-feira) para a Liga das Nações, Portugal treinou-se com Andorra e goleou por 7-0.

Fernando Santos promoveu três estreias, bem positivas, num jogo que acabou por ser de sentido único e cuja sua história foi a dos golos e a da perseguição de Cristiano Ronaldo a um avançado iraniano.

O jogo explicado em números

  • Dia de festa para muitos dos convocados por Fernando Santos, que assim se estrearam por Portugal. A saber, Domingos Duarte, Pedro Neto e Paulinho, que iniciaram o jogo num 4-3-3 pronunciado. E um deles, Pedro Neto, apenas demorou oito minutos para também se estrear a marcar, com um remate forte (o primeiro da partida) na grande área, após assistência de Sérgio Oliveira.
  • Como se previa, o domínio de Portugal era total, com 75% de posse de bola para a turma nacional no primeiro quarto-de-hora, bem como três remates, todos enquadrados, e 92% de eficácia de passe, contra tímidos 63& de Andorra. E ao minuto 29, novo golo de um estreante. Cruzamento do lado direito de Nélson Semedo e, à entrada da pequena área, Paulinho surgiu a desviar com classe para o 2-0. Cinco remates, todos enquadrados, dois golos.
  • Só havia praticamente uma equipa em campo, com a formação das “quinas” a registar 78% de posse, 94% de eficácia de passe, sete acções com bola na área andorrenha e nada, um zero completo em termos ofensivos para os visitantes. E até ao intervalo, as oportunidades de golo continuaram a surgir com naturalidade, faltando à formação lusa alguma calma no momento da finalização.
  • Intervalo Vantagem natural, mas curta, perante a diferença patenteada entre as duas formações nos primeiros 45 minutos. Portugal teve a bola em seu poder em 80% do tempo, fez 11 remates, sete deles com boa direcção, e registou 16 acções com bola na área contrária. Andorra não fez qualquer disparo, nem se aproximou sequer da área de Anthony Lopes, não passando de 51% de eficácia de passe. Mas só cometeu duas faltas. O melhor em campo nesta fase era Sérgio Oliveira, com um GoalPoint Rating de 7.4, fruto de uma assistência, duas ocasiões flagrantes criadas em três passes para finalização e três recuperações de posse.
  • Nada mudou no segundo tempo, a não ser as entradas de Cristiano Ronaldo e Bernardo Silva, para as saídas de Pedro Neto e Sérgio Oliveira. E aos 56 minutos, mais um golo, desta feita por Renato Sanches, a concluir com tranquilidade já dentro da grande área. Isto ao 15º remate luso, oitavo na direcção da baliza – a passe de Ronaldo.
  • A história dos golos prosseguiu, com Paulinho a bisar aos 61 minutos, a concluir de cabeça um centro de Mário Rui da esquerda. Nesta fase, 81% de posse, 16 remates, nove enquadrados, expected goals (xG) de 2,9 e muitos mais golos em fila de espera, com olhos postos em Cristiano.
  • Mas o seguinte, aos 76 minutos, foi um autogolo de Emili García, a desviar um passe/remate de Bernardo Silva, que não se percebeu bem se era para visar a baliza ou servir CR7. Seja como for, Portugal chegava à “manita” com 19 remates, nove enquadrados, mas Ronaldo continuava sem “molhar a sopa”, ele que persegue o recorde de golo internacionais do iraniano Ali Daei.
  • Até que aos 85 minutos, o capitão das “quinas” chegou ao golo, de cabeça, o seu 102º por Portugal, ficando a apenas sete tentos do lendário avançado do Irão, nesta que foi a 100ª vitória do atacante da Juventus pela Selecção lusa. Mas ainda faltava e, aos 88 minutos, Danilo Pereira amorteceu para João Félix, que fez o 7-0.

O melhor em campo GoalPoint

Jogo para encher o saco… quase duas vezes. Andorra foi um adversário demasiado frágil e quem aproveitou para brilhar foi Mário Rui, ele que teve muito pouco trabalho em termos defensivos e pôde integrar-se tranquilamente no ataque.

Assim, o lateral do Napoli acabou por ser o melhor em campo, com um GoalPoint Rating vistoso de 8.8. O esquerdino fez duas assistências em seis passes para finalização, acertou três de oito cruzamentos, teve uma eficácia de passe de 93% e foi o jogador mais interventivo, com 107 acções com bola.

Jogadores em foco

  • Paulinho 7.2 – Vamos falar de estreantes. Foram três, um deles Paulinho. O avançado do Sporting de Braga não enjeitou a oportunidade e retribuiu com dois golos, quatro remates (todos enquadrados) e sete acções com bola na grande área contrária. A sua nota acaba por ser penalizada por duas ocasiões flagrantes desperdiçadas.
  • Pedro Neto 6.9 – De “gatilho” rápido, o extremo do Wolves precisou de apenas oito minutos para se estrear também a marcar, saindo ao intervalo com dois remates, ambos enquadrados, e 100% de passes (22) enquadrados).
  • Domingos Duarte 6.3 – O central do Granada já havia sido chamado anteriormente, mas esperava ainda pela estreia. Não só foi titular, como jogou os 90 minutos, sem problemas pela frente, terminando com 92% de eficácia de passe, três duelos aéreos defensivos ganhos (100%), seis recuperações de posse e duas intercepções.
  • Renato Sanches 7.3 – O médio está solto e motivado, algo que se vê na entrega ao trabalho defensivo e na confiança com que ataca. “Bulo” fez um golo em três remates (dois enquadrados), completou 56 dos 58 passes que realizou (97%), acertou 13 das 14 entregas longas que fez e teve eficácia em nove passes progressivos certos.
  • Cristiano Ronaldo 7.0 – Entrou para perseguir o recorde de Ali Daei e ficou a apenas sete golos de igualar o iraniano. CR7 procurou sempre o golo, precipitou-se algumas vezes nesse desiderato e, apesar de ter só estado 45 minutos em campo, registou o máximo de remates (7), fez uma assistência e somou 11 acções com bola na área contrária, também máximo.

Resumo

(dr) GoalPoint

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