Oficialmente, a sede do instituto público Património Cultural continua a ser no Porto, mas o espaço foi “esvaziado” e já só funciona em Lisboa.
A sede do Património Cultural, um instituto público, está localizada no Palacete do Visconde de Vilar de Allen, ao lado da Casa das Artes, no Porto.
Mas a entidade está praticamente “despida de funções e serviços” e está a funcionar, realmente, numa ala do Palácio da Ajuda em Lisboa, onde fica também o Ministério da Cultura, conforme apurou o Jornal de Notícias (JN).
O edifício está inactivo desde Junho passado, tendo sido “esvaziado de recursos técnicos“, e os três elementos da direção estão a trabalhar em Lisboa, afiança ainda o jornal.
A mudança coincidiu com a altura em que a direcção do Património Cultural foi afastada pela actual ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, que discorda da mudança estrutural implementada pelo anterior ocupante do cargo, Pedro Adão e Silva.
“Perplexidade e indignação” no norte
Foi com “perplexidade e indignação” que os autarcas do norte do país receberam a transferência do instituto para Lisboa, como apurou o JN. Até porque a entidade gere, maioritariamente, património edificado que está localizado no norte.
“A maioria só se apercebeu da mudança quando procurou marcar reuniões de trabalho e não encontrou resposta em tempo útil, ou viu ser-lhe sugerido o Ministério da Cultura como local dos encontros”, aponta o diário.
“Aconteceu o que já estávamos à espera: a prometida descentralização não foi cumprida“, lamenta o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte, António Cunha, em declarações ao JN.
“Fala-se muito em descentralização, mas, à mínima oportunidade, o que vemos é o contrário”, lamenta também o presidente da Câmara de Chaves, Nuno Vaz, que é também o líder do Conselho Regional do Norte, criticando o que define como a “pulsão centralizadora” da administração central.
