Porto 4-1 Braga | Dragão sacode crise à custa de guerreiros sem pólvora

Rui Manuel Farinha / Lusa

O “dragão” está de volta. Após o traumático desaire na Champions, em casa, ante o Club Brugge e o empate na visita ao Estoril Praia, o Porto, regressou às vitórias (4-1) e às boas exibições, e logo na partida frente ao segundo classificado e até agora invicto Sporting de Braga.

A primeira parte dos “azuis-e-brancos” foi do melhor que vimos esta época à formação de Sérgio Conceição, que ainda apanhou um susto no segundo tempo, mas soube reagir logo e garantir um triunfo importante, que o cola aos minhotos no segundo lugar, com 19 pontos. Evanilson, Eustáquio, Pepê e Galeno marcaram para os da casa, Pepe fez autogolo e reduziu para os forasteiros.

Que grande “dragão” na primeira parte. Com as duas equipas em declarados 4-4-2, a diferença esteve nos posicionamentos e estratégias iniciais.

Os “arsenalistas” optaram por tentar ditar um ritmo mais pausado do jogo, mas correu mal. O Porto surgiu a pressionar em todo o terreno, bem alto, não deixando os minhotos respirar e construir lances de ataque, o que se constata pelas estatísticas ao intervalo, nos remates, mas sobretudo nas acções com bola nas áreas contrárias.

A pressão era intensa e deu frutos duas vezes no espaço de dois minutos, primeiro com Stephen Eustáquio a assistir para golo com o peito de Evanilson (32′), e depois Pepê a servir o internacional canadiano para o 2-0 (34′).

Os visitantes pouco ou nada conseguiam construir, a não ser já perto do intervalo, quando Iuri Medeiros contornou Diogo Costa, mas o seu remate saiu ao lado.

No lance seguinte, Bruno Costa viu Matheus negar o 3-0. Pepê, o médio brasileiro, era o melhor ao descanso, com um GoalPoint Rating de 6.8, com uma assistência, uma condução super aproximativa, sete recuperações de posse e cinco faltas sofridas.

Três substituições de uma assentada, com as entradas de Uroš Račić, Víctor Gómez e Abel Ruiz, para as saídas de Simon Banza, Fabiano e Iuri Medeiros, e o pendor do jogo mudou.

O Braga passou a ser mais agressivo, a ter mais bola, e aos 53 minutos, Ricardo Horta rematou com estrondo à barra. O tento bracarense surgiu logo a seguir, com Víctor Gómez a cruzar e Pepe (55′) a fazer autogolo.

Porém, foi sol de pouca dura. Um pouco contra a corrente de jogo, Mehdi Taremi trabalhou bem na área e serviu Pepê (63′) para uma conclusão fácil.

Se tudo estava complicado para o Braga, pior ficou aos 84 minutos, quando Matheus fez falta sobre Taremi e viu o vermelho directo.

Nesta fase já o Porto se tinha fechado por completo e encetado perigosas transições, que davam mais ideia de um quarto tento para os da casa do que um segundo para os visitantes. Que aconteceu já nos descontos, por Galeno, a finalizar após defesa de Tiago Sá com os pés.

Melhor em Campo

Pepê Aquino liderou quase sempre os ratings, mas Mehdi Taremi esteve permanentemente por perto e na recta final ultrapassou o brasileiro, terminando com um GoalPoint Rating de 8.5. O iraniano nem precisou de marcar para ter uma nota de grande nível, mas fez uma assistência, criou três ocasiões flagrantes e fez seis passes para finalização. Esteve também muito bem na área contrária, com o máximo de acções com bola (8), e ganhou três de cinco duelos aéreos ofensivos.

Destaques do Porto

Pepê 8.4

Esteve a poucos minutos de ser o MVP, mas foi ultrapassado no “photo finish”. O brasileiro fez um golo, uma assistência, ajudou imenso defensivamente, com o máximo de recuperações de posse (14), quatro desarmes e três bloqueios de passe, e foi o jogador mais castigado em falta (6). Os cinco maus controlos de bola roubaram-lhe a eleição de MVP.

Evanilson 6.6

O banco fez-lhe bem. O brasileiro esteve muito participativo nos lances de ataque, tendo feito um golo, com o peito, e ainda ganho os três duelos aéreos defensivos em que participou. Foi o jogador que recebeu mais passes aproximativos (8).

Eustáquio 6.4

O médio está a crescer a cada jogo e começa a fazer esquecer as ausências de jogadores que deixaram o Dragão este Verão. O internacional canadiano realizou a assistência para o 1-0, fez ele próprio o segundo golo do jogo, registou dois passes para finalização e o seu posicionamento cortou muito do jogo bracarense.

Galeno 6.3

O extremo entrou para os últimos 20 minutos ante a sua antiga e equipa, complicou ainda mais a vida da defesa contrária graças à sua velocidade e acabou mesmo por marcar um golo, o último da partida.

Uribe 6.2

O colombiano assustou num lance na segunda parte, mas acabou por recuperar e terminar a partida. Uribe registou o máximo de passes tentados (59) e concluídos (49), de acções com bola (80) e de desarmes (5) e ainda acumulou 11 recuperações de posse.

Otávio 5.6

Pouco menos de 30 minutos em campo, regressado após lesão, e foi a tempo de fazer um passe de ruptura e três recuperações de posse.

Pepe 5.4

Também regressado de lesão, o central até esteve bem, com sete alívios, máximo do jogo, e excelentes quatro passes super aproximativos, também valor mais alto. Mas o autogolo estraga-lhe a nota.

David Carmo 5.3

Curiosidade para ver o central defrontar a antiga equipa. Carmo somou oito acções defensivas, mas a flagrante desperdiçada não o deixam ter uma nota por aí além.

Destaques do Braga

Sequeira 6.1

O lateral saiu lesionado pouco depois da hora de jogo, mas mesmo assim foi o melhor dos minhotos, uma vez que criou uma ocasião flagrante em dois passes para finalização, fez dois passes super aproximativos e três desarmes.

Al Musrati 5.8

O líbio teve de trabalhar muito para apagar os “fogos” que iam aparecendo no meio-campo, devido à pressão portista. Bem no passe, completou sete de oito longos e registou três variações de flanco. Lutou muito e assinou 11 recuperações de posse, quatro intercepções (máximo), três bloqueios de passe e fez um corte decisivo.

Resumo

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