Porto 0-1 Benfica | Rafa mata raça portista e lança águia na Liga

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Estela Silva / Lusa

O Benfica foi ao Estádio do Dragão vencer o FC Porto por 1-0 e aumentar para seis os pontos de vantagem sobre o seu rival no topo da tabela da Liga bwin.

Desde a época 2018/19 que os “encarnados” não batiam os “azuis-e-brancos”, algo que aconteceu precisamente no Dragão e que lançou a equipa lisboeta para o título.

Na altura, Rafa Silva fez o golo da vitória por 2-1 e esta sexta-feira repetiu a façanha, assinando o único tento do duelo.

O jogo ficou desde logo marcado pela expulsão, por duplo amarelo, de Stephen Eustáquio, aos 27 minutos, o que condicionou a tendência dos acontecimentos. Este foi um “clássico” intenso, “rasgadinho”, que terminou com 33 faltas.

O Porto começou com grande intensidade e pressão sobre a linha defensiva do Benfica, com os avançados a caírem em cima do sector mais recuado dos “encarnados”, precipitando assim alguns erros dos visitantes.

Num desses lances, aos 15 minutos, Zaidu cruzou para cabeceamento de Taremi e enorme defesa de Vlachodimos. Os lisboetas tinham bola, mas quase sempre no seu meio-campo e só criava perigo por Rafa Silva, excepção para um cabeceamento traiçoeiro de Bah.

Até que aos 27 minutos, o Porto viu-se reduzido a dez elementos, por segundo amarelo a Stephen Eustáquio, após entrada sobre Bah.

A partir daqui o Benfica passou a ter a bola e a empurrar o Porto para o seu primeiro terço e, aos 36 minutos, a melhor ocasião da primeira parte, com Aursnes a trabalhar bem na esquerda e a rematar com estrondo ao poste.

Na recarga, Rafa cabeceou à barra. Até ao descanso o jogo piorou, muito quezilento, de muita luta, faltas e protestos, sempre muito tenso.

O benfiquista Grimaldo, com um GoalPoint Rating de 6.4, era o melhor ao intervalo, ele que criou uma ocasião flagrante em três passes para finalização, fez um passe de ruptura e somou um bloqueio de remate. Otávio 6.1 era o melhor dos “azuis-e-brancos”.

Roger Schmidt lançou Gilberto, David Neres e Julian Draxler (que acabou por sair aos 63 minutos, lesionado), para a vaga de três jogadores que tinham cartão amarelo, Alexander Bah, Enzo Pérez e João Mário.

E a verdade é que os “encarnados” assumiram o domínio do jogo, quase não deixando o Porto sair do seu meio-campo. Rafa Silva esteve mesmo perto do golo aos 59 minutos, mas a o perigo andava longe do Dragão.

O jogo partiu a meio da segunda parte, com o Porto a tentar sacudir a pressão lisboeta, mas isso acabou por lhe ser fatal aos 72 minutos.

Num rápido contra-ataque conduzido por Neres, depois por Rafa, o brasileiro deixou para o português e este, no coração da área, atirou a contar – apesar de ter sido inicialmente anulado por fora-de-jogo, foi confirmada a validade pelo VAR.

A perder, o Porto não teve outra alternativa a não ser atacar e passaram a ser os anfitriões a pressionar no ataque.

O Benfica, esse, mesmo com mais um jogador, não conseguia sacudir a pressão e, muito menos, sair com a bola em contra-ataques, terminando o jogo recuado e a sofrer para manter a vantagem.

Contudo, nos descontos foram as “águias” a estar perto do segundo, com Diogo Costa a evitar um autogolo de David Carmo. Estava confirmado o triunfo dos líderes da Liga bwin.

Melhor em Campo

Durante grande parte do jogo, Grimaldo foi liderando os ratings, seguindo-se-lhe Otávio, mas a pressão final do Porto, mesmo com dez elementos, à procura do empate, acabou por destacar Odyssas Vlachodimos, o guardião grego do Benfica como o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 7.6.

Vlacho esteve sempre muito seguro, registando cinco defesas, três a remates na sua grande área. Deu muita segurança ao sector defensivo das “águias”.

Destaques do Porto

Otávio 7.5

Um lutador incansável. O médio portista fez um jogão, de sacrifício, desdobrando-se em múltiplas tarefas na tentativa de compensar a inferioridade numérica dos portistas. Otávio somou, a par de Grimaldo, o máximo de passes para finalização (5), fez dois passes de ruptura, três passes super aproximativos (máximo) e cinco desarmes (também valor mais alto). Sofreu cinco faltas, máximo a par de Gonçalo Ramos, e de negativo os seis dribles consentidos, cinco no primeiro terço.

Diogo Costa 6.0

Aquela defesa no final, a evitar o autogolo de David Carmo, define um grande guarda-redes. O internacional luso fez quatro defesas, três a remates na sua grande área.

David Carmo 5.8

Ainda não conquistou os adeptos do Porto, mas neste jogo, em que teve muito trabalho, o central esteve bem, com destaque para um lance em que desviou um remate de Rafa, que levava selo de golo. Carmo somou o máximo de alívios (6) e de bloqueios de remate (2).

Evanilson 5.4

O brasileiro foi anulado pela defesa do Benfica em termos de finalização (que não realizou), mas esteve bem nos lances pelo ar, tendo ganho quatro de sete duelos aéreos ofensivos.

Taremi 5.3

Um pouco como Evanilson. O iraniano esteve perto de marcar na primeira parte, obrigando Vlachodimos à defesa da noite, mas depois acabou por se destacar mais nos lances pelo ar, tendo participado em 11 duelos aéreos ofensivos (máximo) e ganho quatro.

Galeno 5.2

O extremo fartou-se de arrancar faltas (4) e amarelos a jogadores do Benfica, tendo estado muito activo e energético, em especial na primeira parte. Tentou cinco vezes o drible, teve sucesso apenas uma vez, e somou três conduções aproximativas e duas super aproximativas.

Uribe 4.5

Jogo atipicamente apagado do colombiano, muito por culpa do facto de o Benfica ter reforçado o meio-campo com jogadores de luta e com capacidade de choque. Uribe somou sete recuperações de posse, mas consentiu três dribles, dois no primeiro terço.

Destaques do Benfica

Grimaldo 7.1

Jogão do lateral-esquerdo, empenhado a defender, mas acima de tudo muito interveniente nos momentos ofensivos. O espanhol criou uma ocasião flagrante em cinco passes para finalização, fez um passe de ruptura, teve sucesso em três de seis cruzamentos de bola corrida e foi o jogador com mais acções com bola na partida (96).

Rafa Silva 7.0

O homem que decidiu o “clássico”, tal como havia feito em 2019, quando o Benfica bateu o Porto pela última vez. Rafa poderia mesmo ter terminado com um rating elevadíssimo, não tivesse desperdiçado duas ocasiões flagrantes. O atacante foi o mais rematador do encontro, com sete disparos, acertou uma vez na barra, foi o jogador com mais acções com bola na área contrária (7), com mais tentativas de drible (6, a par de Neres) e mais dribles completos (4), o mesmo acontecendo em conduções aproximativas (4) e duas super aproximativas (2). Somou, igualmente, o mais elevado número de recuperações de posse (9, como António Silva).

António Silva 6.4

Precisamente o central… após o erro na Taça com o Caldas, o jovem voltou à tarimba habitual, com mais um grande jogo. Além das tais nove recuperações, esteve sempre muito seguro, nunca se precipitou e ganhou três de seis duelos aéreos defensivos. No passe longo esteve intratável, com dez certos em 15.

Florentino 5.8

Na fase de maior pressão do Porto pareceu algo perdido, pois nem sempre teve a ajuda necessária dos colegas de equipa ali à frente da área benfiquista. Contudo soube sempre temporizar bem a pressão, mesmo em zonas adiantadas, registando o máximo de desarmes (5, com Otávio), de intercepções (3) e de acções defensivas no meio-campo contrário (5). Ganhou três de seis duelos aéreos defensivos, registou o máximo de passes tentados (79) e completos (64), mas também o mais alto valor de falhados (15), incluindo seis de risco.

Gonçalo Ramos 5.8

O atacante lutou muito, ganhou imensos duelos, incluindo três de seis aéreos ofensivos, e foi, com Otávio, o jogador mais carregado em falta, cinco vezes, duas em zona de perigo. De negativo os sete maus controlos de bola e os três desarmes sofridos (ambos máximos).

Aursnes 5.2

O norueguês foi muito importante para o Benfica tacticamente, apesar de o rating não o mostrar, em grande medida devido à inteligência das movimentações ofensivas e ao posicionamento defensivo, que travava de imediato as transições contrárias.

Na retina ficou aquele grande trabalho na esquerda em que passou um adversário e rematou ao poste, mas esteve também muito seguro no passe, com 54 completos em 58 (93%), arrefecendo o jogo sempre que os visitantes necessitaram.

David Neres 5.2

O brasileiro jogou apenas 45 minutos, entrando ao intervalo, e teve grande impacto no jogo, sendo dele a assistência para o golo de Rafa. Neres somou ainda cinco acções com bola na área contrária e completou três de seis tentativas de drible. Fez a cabeça em água a Zaidu e, depois, a Wendell. De negativo as 12 perdas em 36 posses.

Resumo

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