Pornografia de menores aumenta investigação de crimes sexuais em 25%

Os inquéritos por crimes sexuais aumentaram 25% entre 2019 e 2020, passando de 3591 para 4473, muito impulsionado pela pornografia de menores, que apresenta uma subida de 888 para 2112.

Segundo noticiou esta quarta-feira o Público, a Polícia Judiciária (PJ) decidiu criar um observatório interno para captar as tendências deste tipo de crime, cujos alertas aumentaram durante a pandemia de covid-19.

Os dados anuais da PJ mostraram uma descida generalizada no abuso sexual (de 1362 para 1250), no abuso sexual de menores dependentes (93 para 70), nos atos sexuais com adolescentes (146 para 108) e no recurso à prostituição de menores (16 para 8), assim como nas violações (564 para 432), na importunação sexual (193 para 172) e na coação sexual (113 para 104), crimes que juntam vítimas menores e maiores.

O diretor nacional adjunto da Polícia Judiciária, Carlos Farinha, admitiu que parte dessa diminuição se explique pelo lado das sinalizações, a uma menor exposição ao exterior e a um maior recurso à Internet.

Os crimes de abuso sexual continuam a ser mais praticados por pessoas próximas da vítima. Nos inquéritos ao longo de 2020, há casos de pessoas que abusaram sexualmente de uma criança próxima, tiraram-lhe fotografias em poses sexuais e partilharam-nas. E outras que aliciaram crianças pelas redes sociais, convenceram-nas a tirar fotografias, ameaçaram divulgá-las e combinaram encontros, sujeitando-as a atos sexuais.

Carlos Farinha contou que, nos últimos anos, a PJ tem formado investigadores para melhorar a recolha de indícios de crime e de entrevistas, criou salas para receber as vítimas e aumentou a articulação com organizações de apoio.

O observatório interno, criado pelo Instituto de Polícia Judiciária e Ciências Criminais, deverá produzir estatísticas, perceber as tendências do fenómeno, melhorar as práticas e desenvolver estratégias, explicou ainda.

Taísa Pagno //

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