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Porcos e roedores podem respirar pelo rabo (e esta pode ser uma descoberta muito importante)

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Um novo estudo revela que os porcos e roedores também conseguem respirar através do rabo, o que pode ser, na verdade, uma boa notícia para nós, humanos.

De acordo com o site Live Science, um grupo de cientistas chegou a esta conclusão quando tentava encontrar uma alternativa à ventilação mecânica, um método invasivo em que um ventilador injeta ar nos nossos pulmões através de um tubo na traqueia (e de que muito se ouviu falar com a pandemia da covid-19 e a sobrelotação dos hospitais).

À procura de uma nova solução, os investigadores inspiraram-se em animais marinhos que usam os intestinos para respirar, como os pepinos-do-mar e alguns peixes, e tentaram perceber se havia mamíferos que também possuíam esta capacidade.

Inicialmente, a equipa fez algumas experiências com ratos, tendo desenvolvido um sistema de ventilação para ser inserido de forma anal. Alguns animais receberam ventilação através deste sistema e outros não receberam qualquer ventilação, sendo o grupo de controlo.

Sem a ventilação intestinal, os ratos colocados num ambiente com baixo oxigénio sobreviveram durante apenas cerca de 11 minutos. Com o sistema de ventilação, 75% das cobaias sobreviveu durante 50 minutos, graças a uma injeção de oxigénio que atingiu os seus corações.

Segundo o site Science Alert, este é um resultado fascinante, mas exigiu a abrasão da mucosa intestinal para conseguir o fornecimento mais eficiente de oxigénio ao lúmen intestinal. O grupo de ratos que recebeu a ventilação intestinal sem este processo só sobreviveu, em média, 18 minutos.

De seguida, a equipa tentou usar respiração líquida nestes roedores e em porcos, com recurso a perfluorodecalina (PFD), um fluorocarbono líquido que pode ser infundido com uma grande quantidade de oxigénio (este método já é usado, por exemplo, em bebés com dificuldades respiratórias graves).

Tal como as primeiras experiências, os ratos estavam num ambiente com pouco oxigénio. Depois de uma injeção de apenas um mililitro do líquido, as melhorias dos roedores persistiram durante cerca de 60 minutos.

No caso dos porcos, os cientistas injetaram o PFD nas nádegas dos suínos com um tubo comprido. Em comparação com os que não receberam este tratamento, os porcos melhoraram ao nível da saturação de oxigénio no sangue e a sua pele voltou a ficar mais quente e com mais cor.

Uma injeção de 400 mililitros suportou estas melhorias durante cerca de 18 a 19 minutos e a equipa ainda descobriu que poderia dar mais doses aos porcos, sem haver efeitos secundários percetíveis.

Apesar de os resultados serem promissores, os investigadores destacam que ainda é necessária mais investigação, sobretudo para perceber se a abordagem é segura e eficaz em humanos. A equipa pretende iniciar um ensaio clínico com vários pacientes já no próximo ano.

O estudo foi publicado, a 14 de março, na revista científica Med.

ZAP //

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