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Por que é que um iPhone se parte se cair da mão mas sobrevive a uma queda de avião?

Depois de um iPhone sair intacto da queda a cinco mil metros de altitude de um Boeing 737, uma equipa de investigadores quis saber a resposta — que se esconde por trás da superfície de aterragem e da gravidade.

Desde que a porta de um Boeing 737 foi arrancada do avião que seguia de Portand com direção a Ontário, a 5 de janeiro, levando à queda de dois telemóveis a quase 5000 metros de altitude, que o fenómeno tem despertado curiosidade. Isto porque um dos smartphones, um iPhone, não foi encontrado numa “papa” de circuitos espalhadas pelo chão, como seria de esperar mas sim intacto. Nem um arranhão.

“Encontrei um iPhone na berma da estrada… Ainda em modo de avião com metade da bateria”, escreveu o norte-americano Sean Safyre numa publicação no X. O resistente smartphone estava aberto num email de reclamação de bagagem do voo da Alaska Airlines, o que confirmou a gigante queda.

É caso para assumir que muitos donos de iPhones ficaram, além de impressionados, irritados com a notícia: então eles partem-se ao cair apenas uma vez do bolso e depois sobrevivem a quedas de aviões?

Não faz sentido e por isso, recentemente, e para compreender a desconcertante durabilidade destes famosos smartphones, um jornalista do The Wall Street Journal e o seu produtor embarcaram numa série de testes que envolveram a queda dos modelos Apple iPhone 14 e Samsung Galaxy S23 de alturas de 0,90 metros, nove metros e 91 metros em diferentes superfícies para avaliar a sua resistência.

O teste

Para chegar ao fundo da questão, a equipa realizou as experiências no recinto de feiras do condado de Sussex, em Nova Jérsia, num ambiente controlado e livre de danos involuntários para os transeuntes.

O teste tinha como objetivo refletir as mais recentes reivindicações de durabilidade feitas pela Apple e pela Samsung. Os telemóveis testados ostentavam uma tecnologia avançada de vidro Corning que, supostamente, aumentava a sua robustez.

Os testes de queda foram meticulosamente planeados: foi utilizado um drone concebido pelo produtor para lançar os telemóveis das alturas específicas, visando zonas de aterragem na relva e no asfalto.

Na relva

Os resultados foram reveladores. Os telemóveis sobreviveram às quedas de 0,90 metros e nove metros na relva sem danos significativos, confirmando a resistência proporcionada pelas superfícies naturais.

A parte mais dramática do teste foi a queda de 90 metros de altura. Apesar da altura considerável, os telemóveis sofreram apenas pequenos danos cosméticos, como manchas de relva e sujidade nas portas de carregamento, graças ao facto de terem atingido a sua velocidade terminal, o que limitou a velocidade de queda devido à resistência do ar.

Mark Rober, antigo engenheiro da NASA, e Rhett Allain, professor de física, explicaram a ciência por detrás destes resultados.

“Não importa se deixamos cair o telemóvel a 90 metros de altura ou do Espaço, o resultado será o mesmo devido a uma coisa chamada velocidade terminal“, explicou o engenheiro. A aceleração de um objeto devido à gravidade acaba por ser compensada pela resistência do ar, conduzindo a uma velocidade constante durante a queda.

A aterragem mais suave proporcionada pela relva também ajudou a reduzir o impacto, mostrando por que razão o iPhone conseguiu sobreviver à queda extrema do avião.

E no asfalto?

Os mesmos telemóveis tiveram um comportamento diferente no asfalto.

Os testes nesta superfície mais dura revelaram as limitações da durabilidade dos telemóveis. Uma queda de 0,90 metros resultou em pequenos cortes e amolgadelas, mas uma queda de nove metros causou danos significativos. O vidro traseiro do iPhone partiu-se e o ecrã do Galaxy ficou gravemente rachado, afetando a sua funcionalidade.

ZAP //

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