Cientistas descobrem ponto fraco dos cancros resistentes à medicação

A mutação do gene FBXW7 está associada a uma maior resistência do cancro aos tratamentos e a taxas de sobrevivência mais baixas nos pacientes. Há um medicamento que ajuda a combater este problema.

Cientistas em Espanha descobriram um mecanismo que pode ajudar a explicar porque é que há pacientes de cancro que não reagem bem aos tratamentos. O estudo publicado na EMBO Molecular Medicine descobriu o “ponto fraco” destes tumores que pode ser atacado por medicamentos já existentes.

Os pacientes com cancro que sofrem de multirresistência estão mais limitados nas opções de tratamento disponíveis. Ainda não se sabe exatamente quais os fatores que contribuem para esta resistência à medicação, o que também torna difícil saber como a combater.

Na nova pesquisa, os investigadores identificaram um cenário em que a multirresistência pode ocorrer. A equipa começou por examinar os genes que podem ajudar a que os cancros se tornem resistentes à medicação, usando a edição genética CRISPR em células estaminais de ratos — e o gene FBXW7 saltou logo à vista.

O FBXW7 é um dos genes que mais frequentemente sofre uma mutação devido ao cancro e esta mutação está associada a taxas de sobrevivência mais baixas dos doentes, escreve a New Atlas.

Quando a equipa fez o cruzamento dos dados, descobriu que as mutações neste gene tornavam as células cancerígenas resistentes à maioria dos medicamentos, com níveis mais baixos da expressão do FBXW7 ligados a respostas piores à quimioterapia.

Os cientistas propõem uma possível causa deste problema — as células que tinham uma deficiência de FBXW7 tinham níveis mais altos de proteínas mitocondriais, uma característica que está associada à resistência à medicação.

A equipa identificou ainda uma forma de se usar esta mutação contra o próprio cancro. O excesso de proteínas causam stress na mitocôndria das células cancerígenas e um medicamento chamado tigeciclina combate-as ao ativar um processo chamado resposta de stress integrada.

Os cientistas rematam lembrando que ainda são precisas mais pesquisas que vão além deste primeiro passo, para se saber quais os medicamentos mais eficazes na ativação desta resposta e que pacientes beneficiam mais da sua toma.

ZAP //

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