Segundo um estudo da Washington University School of Medicine, de St. Louis, nos Estados Unidos, um em cada sete novos casos de diabetes é causado pela poluição do ar.
Os autores desta investigação acreditam que “a poluição reduz a produção de insulina e provoca inflamações, impedindo o corpo de transformar a glicose do sangue em energia”. O elo entre a doença e a falta de ar puro já tinha sido desenvolvido por estudos anteriores.
A estimativa de 14%, isto é, um em cada sete casos, é baseada em dados médicos de 1,7 milhão de ex-combatentes americanos, acompanhados durante oito anos e meio e escolhidos por não terem diabetes no começo deste estudo. O artigo científico foi publicado dia 29 de junho, na revista Lancet Planetary Health.
Os investigadores envolvidos no estudo estabeleceram um modelo estatístico para observar de que forma a poluição do ar poderia explicar a aparição desta doença, não esquecendo os fatores que favorecem a diabetes, como a obesidade.
“A nossa onvestigação demonstra um elo significativo entre poluição do ar e a diabetes no mundo”, afirmou em comunicado o professor de medicina Ziyad Al-Aly. “É importante ressaltar este facto porque muitos lobbies económicos afirmam que os limites de poluentes na atmosfera são muito baixos.”
No entanto, sublinha o investigador, “temos provas de que os níveis atuais ainda devem ser reduzidos“.
Países que não respeitam os limites impostos, como a Índia, o Afeganistão e a Guiana, apresentam maior taxa de diabetes decorrente da poluição do ar. No lado oposto, há menos casos deste tipo da doença em nações mais endinheiradas como a França, a Finlândia e a Islândia.
A diabetes é uma das doenças que apresenta um enorme crescimento nas últimas décadas, com mais de 420 milhões de pessoas afetadas em todo o mundo. Além da poluição, a genética, a alimentação e o estilo de vida sedentários são os principais fatores associados à aparição da doença.