Polónia detém ativistas acusados de contrabando de migrantes na Bielorrússia

Arkady Budnitsky / EPA

O Grupa Granica alega que os ativistas simplesmente deram ajuda humanitária às famílias que estavam na floresta fronteiriça, no meio de uma crise de refugiados cada vez mais intensa.

Quatro ativistas foram detidos na Polónia a 23 de março, por ajudar migrantes a atravessar a fronteira bielorrussa. Atualmente, enfrentam três meses de prisão preventiva, segundo o The Guardian.

“Quando ajudaram refugiados da Ucrânia foram heróis, agora por prestarem essa mesma ajuda em Podlasie, são criminosos”, disse o Grupa Granica, uma organização que ajuda migrantes e refugiados, à qual pertencem os ativistas detidos.

A organização disse que os ativistas estavam a prestar ajuda humanitária a uma família com sete crianças, que estavam presas na fronteira há três meses.

O Procurador Jan Andrejczuk, do Ministério Público regional em Hajnówka, no leste da Polónia, disse aos meios de comunicação polacos que os ativistas foram detidos sob suspeita de contrabando ilegal de pessoas através da fronteira, um crime punível com até oito anos de prisão. Acrescentou que iria requerer ao tribunal a prisão preventiva dos suspeitos.

O Grupa Granica nega que os seus ativistas ajudaram os migrantes a atravessar a fronteira, argumentando que eles simplesmente prestaram ajuda a pessoas que já tinham entrado na Polónia.

“A família tinha estado na floresta durante vários dias, sem água, comida ou abrigo. Os ativistas salvaram as suas vidas ao providenciar transporte com os seus carros”, disse a organização.

“As acusações são absurdas porque nenhum dos ativistas ajudou alguém a atravessar a fronteira. A ajuda que prestaram impediu que pessoas exaustas morressem em território polaco”, acrescentou.

Jakub Boruta, um advogado que representa os ativistas, disse à imprensa polaca que espera que os seus clientes não sejam sujeitos a prisão preventiva, uma medida que ele acredita ser desnecessária neste momento.

O Grupa Granica disse que a crise dos refugiados na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia, engendrada pelo presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, se agravou nos últimos dias, uma vez que todos os migrantes alojados num campo em Bruzgi, Bielorrússia, foram forçados a sair.

Os mais vulneráveis, incluindo as famílias com crianças e aqueles que estão doentes ou com deficiências, estão agora a tentar sobreviver na floresta à volta, de acordo com a organização.

ZAP //

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