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“Atos contra a democracia”. Polícia faz buscas e detém apoiantes de Bolsonaro

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Marcelo Camargo / Agência Brasil

A polícia brasileira cumpriu, esta terça-feira, mandados de busca e apreensão na residência de aliados de Jair Bolsonaro, citados numa investigação judicial contra notícias falsas.

Os mandados foram decretados pelo juiz Alexandre de Moraes, responsável por um inquérito que investiga ameaças, disseminação de notícias falsas contra autoridades do poder judiciário e protestos antidemocráticos, que está em segredo de justiça no Supremo Tribunal Federal (STF).

Entre os alvos estão o deputado federal Daniel Silveira, eleito pelo mesmo partido que o chefe de Estado brasileiro, o Partido Social Liberal (PSL). O deputado comentou a presença dos agentes da polícia na sua residência na sua conta pessoal do Twitter.

“Polícia Federal no meu apartamento. Estou de facto a incomodar algumas esferas do velho poder. E cada dia estarei mais firme nessa guerra!”, escreveu.

Também foram alvo das diligências da polícia o publicitário Sérgio Lima e os empresários Luís Felipe Belmonte e Otavio Fakhoury. Os três são ligados ao Aliança pelo Brasil, partido ainda em processo de formação que foi fundado, no ano passado, pelo Presidente brasileiro depois de ter abandonado o PSL.

De acordo com a agência Lusa, também foram alvo das buscas os bloggers Allan dos Santos e Alberto Silva.

Num comunicado, a Polícia Federal explicou apenas que cumpriu 21 diligências requeridas pela Procuradoria-Geral da República e determinadas pelo juiz Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. “As medidas têm o objetivo de instruir o inquérito n.º 4.828/DF/STF, que investiga a origem de recursos e a estrutura de financiamento de grupos suspeitos da prática de atos contra a democracia“, explicou.

Membros do grupo “300 do Brasil” detidos

Esta segunda-feira, o grupo de extrema-direita “300 do Brasil”, que defende o Governo brasileiro e é suspeito de ameaçar juízes do STF e de promover atos antidemocráticos, também foi alvo de buscas e de mandados de prisão.

Entre os vários detidos estava Sara Winter, chefe do grupo que, no último sábado, lançou fogo-de-artifício contra a sede do STF. De manhã, a polícia desalojou membros que estavam acampados há dois meses na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Em retaliação, o grupo tentou entrar na sede do Congresso à tarde.

Há 15 dias, os mesmos militantes protestaram em frente à sede do STF com tochas, aludindo a símbolos usados por supremacistas brancos dos Estados Unidos, com a Ku Klux Klan.

Depois, em comunicado, o presidente do Supremo, Dias Toffoli, assegurou que este órgão não se irá sujeitar a nenhuma ameaça. “Financiadas ilegalmente, estas atitudes têm sido reiteradas e estimuladas por uma minoria da população e por integrantes do próprio Estado (…) O Supremo jamais se sujeitará, como não se sujeitou em toda a sua história, a nenhum tipo de ameaça, seja velada, indireta ou direta”, afirmou.

ZAP // Lusa

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