Caldeirão de pólvora. Polícia em alerta com visitas de Lula e Bolsonaro a Portugal

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Prachatai, Jeso Carneiro / Flickr

O período entre 22 de Abril e 14 de Maio vai dar muitas dores de cabeça às polícias portuguesas e aos serviços de informação. Isto devido às visitas do presidente do Brasil, Lula da Silva, do seu antecessor no cargo, Jair Bolsonaro, do líder do Vox espanhol, Santiago Abascal, e do vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini.

Bolsonaro, Abascal e Salvini serão as principais figuras de um encontro que o Chega está a organizar, para 13 e 14 de Maio, com a presença de vários líderes da extrema-direita.

Já a visita de Estado de Lula a Portugal vai decorrer entre 22 e 25 de Abril, incluindo uma visita e um discurso polémico no Parlamento português.

A presença destas figuras está a levantar preocupações às autoridades portuguesas, sobretudo por receios quanto às consequências dos “ódios acumulados” de parte a parte, especialmente no que se refere a apoiantes de Lula e Bolsonaro, como vinca o Expresso após ouvir várias fontes.

“Os grupos fechados do Telegram tanto da extrema-esquerda como da extrema-direita têm estado a ser alvo de monitorização das forças e dos serviços de segurança nas últimas semanas”, aponta o semanário.

“Em alguns destes fóruns há activistas que estão a incentivar acções de protesto mais musculadas, com expressões como ‘vamos à guerra’ ou ‘está na altura de mostrar o que valemos’”, revela ao Expresso uma fonte ligado à segurança interna.

Assim, as autoridades nacionais estão em “estado de alerta” e na semana em curso, decorreu uma “reunião ao mais alto nível” para preparar estas visitas, como vinca o jornal.

“Espalhar violência” em tempos de crise

A situação preocupa tanto mais porque “há o risco de a presença de Lula, Bolsonaro e Salvini, neste contexto de ­maior contestação social, poder ser aproveitado por colectivos mais radicais que pretendem apenas espalhar a violência“, diz uma fonte ao Expresso.

De resto, na recente manifestação de 1 de Abril, pelo direito à habitação, foram detectados “elementos da extinta Nova Ordem Social e outros grupos adormecidos da direita ultranacionalista“, bem como “pequenas células de extrema-esquerda“, refere uma outra fonte ao jornal.

Este último protesto terminou, em Lisboa, com algumas cenas de violência entre a polícia e os manifestantes.

A par de tudo isto, é preciso ter ainda em conta que há “muitos militantes radicais dos dois lados opostos da barricada na vizinha Espanha que facilmente chegarão a Portugal caso seja combinada alguma acção de cariz mais violento“, alerta, citado pelo Expresso, o presidente do Observatório de Segurança Interna, Hugo Costeira.

ZAP //

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