Poderíamos incendiar Úrano para roubar os seus diamantes escondidos?

NASA

Seria complicado queimar as camadas exteriores de Úrano, mas isso poderia revelar um possível esconderijo de pedras preciosas. Agora, foi revelada uma técnica relativamente mais simples para roubar o gigante de gelo.

Úrano e Neptuno são muito parecidos, por isso “não precisamos de ambos”. É este o raciocínio subjacente ao episódio de Dead Planets Society — um podcast que usa ideias bizarras sobre como mexer no cosmos, desde partir a Lua ao meio até causar um Apocalipse de ondas gravitacionais e submete-se às leis da física para ver como se saem.

Neste episódio, as anfitriãs Chelsea Whyte e Leah Crane decidiram incendiar Úrano.

Segundo o New Scientist, há uma razão científica para isto. Por um lado, queimar um material e examinar a sua luz através de um método chamado espetroscopia — uma das melhores formas de determinar a sua composição química.

Por outro lado, os interiores profundos dos planetas gigantes gelados permanecem obscuros e misteriosos, pelo que queimar as camadas exteriores poderia revelar o que está por baixo.

Paul Byrne, cientista planetário da Universidade de Washingtotn em St. Louis, Missouri, diz que isto pode ser complicado.

As camadas exteriores de Úrano têm falta de oxigénio, que é necessário para a combustão, como explica o cientista. Pode nem sequer ajudar a bombear mais oxigénio do que o existente em todo o Sistema Solar.

Mas o interior de Úrano não é apenas misterioso, também pode estar cheio de pedaços de diamante semelhantes a icebergues, o que muda rapidamente o foco dos nossos anfitriões. Esta já não é uma missão de pirotecnia — é um assalto.

Ainda é preciso ultrapassar as camadas exteriores do Planeta e a forma mais eficiente de o fazer é, provavelmente, colidindo com outro Mundo.

Da Terra, isto iria parecer um flash luz, uma nuvem de vapor brilhante e, potencialmente, uma cauda brilhante formando-se atrás de Úrano. O impacto teria de ser cuidadosamente planeado para evitar esmagar o planeta e os seus diamantes em pedaços.

No entanto, com a colisão certa, poderia ser atingido tanto o novo objetivo de chegar aos diamantes de Úrano, como o objetivo original de expor as suas camadas mais profundas para que possam ser estudadas.

Teresa Oliveira Campos, ZAP //

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