As bases de dados de ADN podem ser a chave para um mundo sem crime

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Entre prós e contras, as bases de dados de ADN são uma arma no combate ao crime que tem crescido em alguns países. Resultam? São éticas?

Uma base de dados de ADN é um banco de dados que pode ser usado na análise de doenças genéticas, impressões digitais para criminologia, ou genealogia genética.

Estas bases de dados são frequentemente usadas em investigações forenses. Se já viu uma série como CSI, por exemplo, certamente conhece o procedimento de procurar as impressões digitais de um criminoso numa base de dados e encontrar uma correspondência.

Em 2009, a Interpol informou que havia 54 bancos de dados nacionais de ADN da polícia no mundo inteiro e mais 26 países planeavam criar um. Reino Unido, Estados Unidos, China, Canadá, Austrália, Alemanha, França e Brasil são apenas alguns dos países com uma bases de dados de ADN a nível nacional.

Nos EUA, as leis estaduais regem quais tipos de infratores são obrigados a fornecer uma amostra de ADN para a base de dados. Agora, todos os estados exigem o ADN de qualquer infrator condenado por um crime — e muitos passaram a incluir também pessoas acusadas de um crime.

Uma das questões que se impõe é: O conhecimento de que uma pessoa tem o seu ADN numa base de dados impede-a de cometer um crime?

Num artigo publicado pelo think tank Manhattan Institute, a investigadora Jennifer L. Doleac sugere que sim. Expandir as bases de dados de ADN de criminosos para adicionar mais infratores tem um grande efeito dissuasor, reduzindo o número de crimes que cometem no futuro.

A conclusão surge de observações feitas na Dinamarca e em sete estados norte-americanos: Flórida, Geórgia, Missouri, Montana, Nova Iorque, Carolina do Norte e Pensilvânia.

Os bancos de dados de ADN também podem aumentar a precisão com que a polícia faz detenções e condenações.

No entanto, muitas pessoas estão preocupadas sobre como estas bases de dados evoluíram de um banco de dados que continha informações genéticas sobre criminosos condenados para um que contém informações de um grupo muito mais amplo de pessoas.

O Banco de Dados Nacional de ADN do Reino Unido é o maior do seu tipo e continua a crescer. Há quem argumente que isto constitui uma ameaça ao direito à privacidade das pessoas.

Uma amostra de ADN contém informações que podem revelar a etnia ou quão suscetível uma pessoa é a uma determinada doença. O risco de abuso de dados é bastante alto, escreve o portal YourGenome.

Apesar dos aparentes benefícios para a investigação criminal, há consequências que estão intrínsecas. Há poucas evidências de que expandir as bases de dados resulta numa maior eficácia na resolução de crimes; pode aumentar a probabilidade de falsas correspondências, levando a que inocentes sejam condenados; e a polícia pode ser mais propensa a perseguir crimes cometidos por membros de grupos sobrerrepresentados.

Assim, pensar que os bancos de dados podem resolver todos os problemas e cortar a criminalidade quase por completo é completamente utópico.

Manter uma base de dados de uma grande dimensão é altamente dispendioso, além de violar a privacidade das pessoas e expor os seus dados genéticos a possíveis ataques informáticos.

Daniel Costa, ZAP //

3 Comments

  1. O problema das bases de dados de ADN é que de um momento para o outro tudo muda e qualquer cidadão pode ficar sujeito á barbárie, sem nunca ter cometido um crime no passado, Afinal a democracia acaba de um momento para o outro

  2. E é assim, passo a passo para o controlo total da ditadura mundial.

    agora imaginem uma arma biológica baseada nestas bases de adn…

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