O antigo cientista da agência espacial norte-americana Gilbert V. Levin afirma que foram encontradas evidências de vida em Marte na década de 70. No entender do especialista, deviam ter sido levado a cabo mais investigações para compreender a verdadeira origem das evidências encontradas.
“Estou convencido de que encontramos evidências de vida em Marte na década de 1970”, afirmou Gilbert V. Levin, que foi o investigador principal de um procedimento experimental que era parte da missão Viking da NASA em Marte.
O procedimento em causa, o Labeled Release (LR), foi levado a cabo em 1970 e relatou resultados positivos de respiração microbiana em Marte, embora a maioria dos cientistas os tenha descartado como um produto de reações químicas inorgânicas.
Em julho de 1976, o LR devolveu os seus resultados iniciais de Marte. Surpreendente, os resultados foram positivos. Duas sondas – Viking 1 e 2 – pousaram a uma distância de 6 mil quilómetros uma da outra no Planeta Vermelha e ambas enviaram quatro respostas com base em cinco variáveis, tendo os dados indicado a deteção de respiração microbiana.
As curvas de dados provenientes de Marte eram semelhantes àquelas produzidas por testes da LR em solos na Terra, sustenta o antigo cientista da NASA num novo artigo publicado esta semana na revista Scientific American.
“Parecia que tínhamos respondido à última pergunta”, diz Gilbert V. Levin.
Contudo, quando o Procedimento de Análise Molecular da missão Viking não consegui detetar matéria orgânica, que é essencial para a vida, a NASA concluiu que o LR tinha encontrado uma substância que imitava vida e não a vida em si.
Inexplicavelmente, lamenta Levi, nos 43 anos seguinte a Viking, nenhuma das missões posteriores da NASA em Marte carregava um instrumento de deteção de vida para rastrear estes resultados da década de 70. “Em vez disso, a NASA lançou uma série de missões para determinar se havia um habitat adequado para a vida e, se assim for, para trazer amostras para a Terra para exame biológico”.
Matéria orgânica marciana não foi bem estudada
O ex-cientista da NASA aponta ainda que, apesar de a agência definir a procura por vida alienígena como uma das suas “maiores prioridades”, uma vez que qualquer vida microbiana em Marte poderia potencialmente ameaçar os astronautas enviados ao planeta, bem como a população da Terra no regresso, a matéria orgânica do solo do Planeta Vermelha não foi devidamente estudada.
“Em resumo, temos: resultados positivos de um teste microbiológico amplamente utilizado; respostas de apoio de controlos fortes e variados; duplicação dos resultados de RL em cada um dos dois locais da Viking; replicação do experimento nos dois locais; e o fracasso, ao longo de 43 anos, de qualquer experimento ou teoria em fornecer uma explicação não biológica definitiva dos resultados da Viking LR “, disse Levin, argumentando que as evidências existentes ainda apontam para sinais de vida no Planeta Vermelho, levando assim a novas investigação.
“A NASA já anunciou que o seu módulo de aterragem da missão Mars 2020 não terá um teste de deteção de vida (…) De acordo com o protocolo científico bem estabelecido, acredito que deve ser feito um esforço para colocar procedimentos de deteção de vida no possível missão em Marte”, insistiu.
No entender de Levi, o estudo da matéria orgânica e a implementação destes sistemas de deteção podem, eventualmente, produzir “orientações importantes na procura do Santo Graal” da NASA, rematou o cientista.
Claramente pareceu-me ver lá um ET escondido. Mas o gajo era esquivo e escondia-se bem. Na dúvida… decidiu-se que não havia vida