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Pode existir tanta água dentro da Terra como nos oceanos

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Uma equipa de cientistas de várias instituições do Japão e Alemanha encontrou provas de que o manto da Terra tem tanta água como os oceanos.

duas teorias que explicam a presença de água na Terra. Uma delas, a dominante, sustenta que a água chegou ao nosso planeta trazida por cometas e asteróides durante um “Grande Bombardeamento”, há mais de 3 mil milhões de anos.

Outra teoria, completamente distinta, defende que a Terra tem água desde o início da sua formação, e que é capaz de a produzir através de mecanismos geológicos.

Um novo estudo, desenvolvido por cientistas da Universidade de Okayama, no Japão, e do Instituto Bayerisches, da Universidade Bayreuth, na Alemanha, poderá agora lançar uma nova luz sobre a questão, e ajudar a identificar a origem da água na Terra.

De acordo com o novo estudo, as profundidades da Terra têm uma reserva colossal de água — aproximadamente a mesma quantidade de água que todos os oceanos.

As conclusões do estudo foram apresentadas esta semana na Science Advances, num artigo no qual os cientistas afirmam que a parte superficial e a mais profunda do manto terrestre estão livres de água, mas que uma camada intermédia do manto terrestre, entre 410 e 660 km de profundidade, pode conter grandes quantidades do líquido.

Esta camada é composta por wadsleyite e ringwoodite, dois minerais que permitem a retenção de água. Para testar a sua teoria, os cientistas criaram ringwoodite sintética, para representar a parte central do manto, e bridgemanite (MgSiO3), para representar a parte inferior da camada. Depois, adicionaram água à ringwoodite , verificando que a viscosidade do mineral se torna bastante inferior.

Ao ajustar a quantidade de água adicionada ao manto sintético e calcular as mudanças na viscosidade, comparando-a com a viscosidade conhecida das camadas do manto terrestre, os especialistas conseguiram estimar a acumulação de água nos minerais do manto e calcular quanta água poderá existir na região central do manto terrestre.

E os resultados obtidos foram impressionantes: há aparentemente tanta água nas profundidades da Terra como em todos os seus oceanos.

É agora necessário realizar estudos mais detalhados para confirmar estes resultados, que, a revelarem-se correctos, poderão colocar em causa a teoria de que a água do nosso planeta chegou à Terra a bordo de asteróides e cometas.

6 Comments

    • Caro Júlio,
      Há ciências exactas, e ciências não exactas.
      Nas ciências exactas, há teorias provadas, que se transformam em leis, e teorias que ainda não estão provadas.
      As teorias são postuladas com base nos dados conhecidos num dado momento.
      E os cientistas postulam múltiplas teorias, e algumas são provadas verdadeiras, e outras são provadas falsas e ajudam a provar as verdadeiras.
      Para provar uma teoria, os cientistas fazem uma “previsão”: se a minha teoria estiver correcta, se eu fizer isto assim assado, então vai acontecer frito e cozido, e o frito e cozido nas circunstâncias assim e assado só pode acontecer se a minha teoria for verdadeira.
      Então os cientistas fazem assim e assado muitas vezes, até ter a certeza de que acontece sempre frito e cozido.
      E se acontece frito e cozido, numa ciência exacta, a teoria transforma-se em lei.
      E no dia em que mais tarde acontece assim e assado e não acontece frito e cozido, ou acontece frito e cozido e não aconteceu assim e assado, os cientistas percebem que têm dados novos e que têm que rever as suas leis.
      É assim que funciona a ciência, é assim que funcionam as ciências exactas.
      E se não houvesse ciências exactas, não haveria os satélites no espaço e os cabos debaixo do mar e a rede mundial de servidores e os microchips e os processadores e o código informático e os mil milhões de pequenos avanços da ciência que permitiram ao Júlio ligar um computador, ligar-se à internet, escrever “Os cientistas, são como o pi. Não são uma ciência exacta…“, e estarmos todos a ler o que o Júlio escreveu.
      Sem cientistas a fazer coisas com muita exactidão, tal não teria sido possível.
      E sim, o pi não é um número exacto. Mas tal como o pi, há ciências exactas, as quais, não o sendo, determinam as suas leis com são muito muito muito muito muito muito muito rigor.

  1. Ora até que enfim lemos uma resposta com cabeça tronco e membros sem ser aquela do costume – Caro sicrano o erro já foi emendado etc etc – Parabéns e desse trabalho que nós gostamos.

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