Os rapazes adolescentes apresentam um aumento da agressividade quando sentem a sua masculinidade ameaçada, especialmente em situações de pressão social para seguirem as normas masculinas tradicionais.
Num novo estudo, publicado esta segunda-feira na Developmental Science, uma equipa de psicólogos sublinha os efeitos da pressão social que muitos rapazes enfrentam para serem estereotipadamente masculinos.
“Nem todos os homens respondem de forma agressiva a ameaças à sua masculinidade”, afirma o primeiro autor do estudo, Adam Stanaland. “Em estudo anteriores, descobrimos que são sobretudo os homens cuja masculinidade estereotipada é socialmente pressionada que são mais agressivos perante tais ameaças”.
“Agora temos provas de que certos rapazes adolescentes respondem de forma semelhante, apontando para os fundamentos destes processos potencialmente prejudiciais”, acrescenta.
Segundo o SciTechDaily, para além da agressividade, as ameaças à masculinidade estão associadas a uma grande variedade de comportamentos negativos e antissociais, como o sexismo, a homofobia, o fanatismo político e até o antiambientalismo.
As novas descobertas apelam a que se desafiem as normas restritivas e a pressão social que os rapazes enfrentam na sua masculinidade, particularmente durante a puberdade, provenientes dos seus pais e pares.
O presente estudo incluiu mais de 200 rapazes adolescentes dos Estados Unidos e um dos seus pais. Primeiramente, os rapazes referiram até que ponto a sua motivação para serem masculinos era motivada internamente ou pela necessidade de obter aprovação de outras pessoas.
Seguidamente, os rapazes jogaram um jogo em que respondiam a cinco perguntas estereotipadas de masculinidade e cinco perguntas estereotipadas de feminilidade.
Por fim, de modo a medir a agressividade, os autores do estudo pediram aos rapazes que participassem numa tarefa cognitiva onde tinham de completar uma série de palavras, que podiam ser ou não completas de forma agressiva. Nesta tarefa o indicador-chave é a proporção de palavras acabadas de forma agressiva.
A investigação teve em conta dados demográficos e outras variáveis. Além disto, os rapazes, com aprovação dos pais, responderam a perguntas da escala de desenvolvimento puberal, uma medida padrão e validada da puberdade.
Por fim, os investigadores consideraram fatores ambientais que poderiam impulsionar os rapazes a serem típicos do género, incluindo a pressão dos colegas, dos pais e deles próprios.
“A agressão masculina apresenta desafios para sociedades de todo o mundo, que vão desde a segurança pública às relações pessoais íntimas”, conclui o principal autor do estudo, Andrei Cimpian.
Esta investigação é o primeiro passo para entender e prevenir o desenvolvimento de masculinidades frágeis e as suas consequências entre os homens adultos.