A poeira interestelar é composta por pequenas partículas sólidas que flutuam no Espaço, constituídas por carbono, silicatos, gelo e outros metais. Um subproduto da evolução interestelar, pode levar à formação de corpos cósmicos, como planetas.
Um recente comunicado da Universidade de Tóquio, no Japão, citado pelo Interesting Engineering, revelou os progressos alcançados na aprendizagem sobre a poeira interestelar.
As estrelas nas fases finais das suas vidas são conhecidas produtoras de poeira e luz interestelar. Kengo Tachibana, do Instituto de Astronomia da Universidade de Tóquio, e a sua equipa analisaram a intensidade variável dessas estrelas nesse período de vida e compararam com as variações da poeira produzida.
Isto é particularmente significativo, uma vez que uma maior exploração por esta via poderia fornecer uma melhor compreensão das nossas origens.
Antes do Telescópio Espacial James Webb ter sido enviado para o Espaço, os telescópios espaciais de infravermelhos AKARI e WISE pesquisavam o cosmos. Embora tenham cessado a sua operação há mais de cinco anos, a informação que recolheram é tão grande que os astrónomos ainda os estão a examinar.
“Estudamos estrelas e a luz infravermelha proveniente delas é uma fonte de informação chave que nos ajuda a revelar os seus segredos”, disse Kengo Tachibana.
“Até há pouco tempo, a maioria dos dados era proveniente de levantamentos de períodos muito curtos, devido à falta de plataformas avançadas. Mas missões como a AKARI e a WISE permitiram-nos fazer levantamentos de períodos mais longos”, notou o investigador.
“Isto significa que podemos ver como as coisas podem mudar durante períodos de tempo mais longos e o que estas mudanças podem implicar. Em última análise, voltamos a nossa atenção para uma classe de estrelas, conhecidas como estrelas gigantes assimptóticas de ramos, que são interessantes porque são os principais produtores de poeira interestelar”, acrescentou.
“O nosso último estudo apontou-nos na direção certa. Descobrimos que a luz dos estrelas gigantes assimptóticas de ramos varia com períodos superiores a várias centenas de dias, graças a observações de longo período”, explicou.
“Também descobrimos que as conchas esféricas de pó produzidas por estas estrelas e depois ejetadas pelas mesmas têm concentrações de pó que variam de acordo com as alterações de luminosidade das estrelas. Das 169 estrelas gigantes assimptóticas de ramos analisadas, independentemente do seu período de variabilidade, as concentrações de poeira à sua volta coincidiriam. Portanto, estamos certos de que estas estão ligadas”, continuou.
A equipa pretende agora investigar os mecanismos físicos por trás da produção de poeira cósmica e espera que a conclusão do Observatório Atacama da Universidade de Tóquio ajude a alcançar descobertas mais significativas.