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O caso mais antigo de pneumonia é mais velho do que os dinossauros

Uma das doenças mais antigas a assombrar a nossa espécie – a infeção pulmonar, vulgarmente conhecida como pneumonia – é na verdade muito mais antiga do que pensávamos.

Os cientistas analisaram um espécime fragmentado de Proneusticosasiacus *, um réptil marinho do Triássico Médio, que apresentava anomalias em várias costelas, inclusivamente, um conjunto de bolhas. Através de uma microtomografia de raios X, a equipa foi capaz de examinar o espécime ao pormenor.

O réptil marinho tem cerca de 245 milhões de anos, mas a identificação real do espécime ainda não está completamente resolvida. Alguns investigadores, incluindo os autores do estudo, interpretam o material fragmentado como pertencente a um outro réptil marinho, o Cymatosaurus. Ainda assim, não é possível ter certeza devido à natureza fragmentária dos fósseis que representam o animal.

Durante a investigação, a equipa descartou algumas das possíveis causas das anomalias, como fraturas, cancro, infeções fúngicas e até mesmo escorbuto com base na localização, na forma e noutras características das bolhas.

Além disso, o padrão anormal de crescimento ósseo revelou aos cientistas que a infeção que causou as tais bolhas era crónica, com uma duração de meses ou anos até.

As lesões, que aparecem em pelo menos quatro costelas do animal, são semelhantes aos danos causados por tuberculose bacteriana. Já as anomalias nas vértebras do animal eram consistentes com a doença de Pott, uma forma de tuberculose invasora dos ossos.

Os humanos não são os únicos animais a sofrer de tuberculose, e isso os cientistas já sabiam. No entanto, encontrar indícios de tuberculose num animal de há quase 250 milhões de anos é uma grande surpresa, frisa a Discover Magazine.

Os cientistas não têm forma de descobrir qual foi a bactéria que causou a infeção e, por consequência, as bolhas neste réptil marinho. Os cientistas não têm como verificar qual a bactéria que causou a infeção que levou às bolhas neste réptil marinho. Contudo, há outra curiosidade intrigante nesta descoberta.

Os investigadores não conhecem quase nada sobre o réptil Proneusticosaurus * (ou Cymatosaurus) e sabem muito pouco sobre répteis marinhos semelhantes que vivam nas águas do Mundo Triássico – os nothosaurus.

No entanto, como ambos viviam um estilo de vida semi-aquático, e eram ambos suscetíveis à tuberculose, levantam a questão se existe nos meios aquáticos algo que coloca os animais num risco particular de infeção.

Importa salvaguardar que pneumonia e tuberculose são doenças distintas. Contudo, o estudo, publicado na Royal Society Open Science, usa ambos os termos para descrever a evidência fóssil de uma infeção respiratória neste animal marinho em particular.

ZAP //

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