Uma plataforma online aberta a todo o tipo de trabalhos jornalísticos financiados através de crowdfunding, que visa “revitalizar” os trabalhos de investigação, vai ser lançada esta terça-feira, revelou à Lusa uma das responsáveis pelo projecto.
A iFundNews, explicou Sofia Gomes à Lusa, “vai estar aberta a todo o tipo de trabalhos jornalísticos e vai ter também uma categoria aberta (opinião), para qualquer cidadão que nela queria participar”.
Esta plataforma, referiu, é o mais recente projecto da equipa de inovação da empresa portuguesa de Tecnologias de Informação Edge Innovation, “virada para consultoria, ‘outsourcing’ e inovação”.
“A plataforma é apresentada na terça-feira e fica online nesse dia, com tudo preparado para receber propostas”, disse Sofia Gomes.
A iFundNews surgiu através da percepção de que o jornalismo em Portugal “está um bocadinho em declínio”.
“Deixámos de ter trabalhos de fundo, deixámos de ter trabalhos de investigação, porque a crise que vivemos não o permite”, explicou.
Sofia Gomes lembrou que as redacções “têm vindo a emagrecer” e que “não há fundos” para o jornalismo de investigação, mas “o crowdfunding permitirá isto”.
“É uma forma de financiamento colectivo de várias pessoas, que têm interesse em determinado assunto. Esse financiamento pode inclusive ser feito de forma anónima e permite revitalizar ou dar nova vida a este tipo de jornalismo”, afirmou.
Além disso, os responsáveis pelo projecto acreditam que a plataforma “poderá vir a ajudar muito jornalista desempregado e muito jornalista freelancer sem teto”.
“Há muitos jornalistas com trabalho sério feito e que não têm onde o publicar. [Trabalho] que as redacções declinam sucessivamente porque não há espaço. A plataforma pretende colmatar isso e dar caminho”, disse.
Outra das características da iFundNews é “dar uma voz clara e límpida”.
Sofia Gomes sublinhou que o projecto “não está ligado a nenhum grupo de média, não está ligado a nenhum grupo económico”, sendo por isso “o veículo perfeito” para histórias “que não podem ser contadas porque há algum jogo de interesses”.
“A plataforma tem uma orientação muito clara de imparcialidade, transparência, clareza e facilidade”, frisou.
Para poderem registar-se no iFundNews, os jornalistas terão que “fazer prova da sua condição, através da apresentação do número da carteira profissional”.
Depois de inserir uma proposta no ‘site’, o jornalista “vai dar um prazo ao seu trabalho e é ele próprio que [lhe] dá um preço”.
A iFundNews é apresentada na terça-feira às 17h, na sala de conferências da Torre do Tombo, em Lisboa.
/Lusa