Microplásticos maiores ficam nas vias aéreas superiores, mas os nanoplásticos penetram mais nos brônquios. E nem sabemos.
Estamos a inalar quantidades significativas de microplásticos, substâncias presentes no ambiente e em produtos comuns, como pastas de dentes.
Estes microplásticos, incluindo fragmentos de tamanho nano, infiltram-se profundamente nos pulmões, alcançando regiões críticas onde ocorre a troca de gases, e podem permanecer no corpo por muito tempo – sem sabermos.
A exposição diária a essas partículas é comparável à ingestão de um cartão de crédito por semana, compara o Science Alert.
Os cientistas estão especialmente preocupados com os efeitos desconhecidos desses plásticos na saúde, uma vez que estudos experimentais indicam que podem causar inflamação, stress oxidativo e danos aos tecidos pulmonares, podendo levar a disfunções sistémicas.
Apesar dessas preocupações, a maioria das pesquisas sobre os efeitos na saúde dos microplásticos ainda se baseia em modelos animais e celulares, com poucos estudos em humanos.
Um estudo em pacientes cirúrgicos descobriu uma relação entre a quantidade de plástico nas artérias e um aumento do risco de ataques cardíacos, derrames e morte nos anos subsequentes.
Algo que sugere a necessidade urgente de mais pesquisas sobre a relação entre a saúde do coração e a poluição por partículas plásticas.
Este estudo da Universidade de Tecnologia de Sydney (UTS) construiu um modelo detalhado do trato respiratório para estudar como diferentes tamanhos de microplásticos e taxas de respiração influenciam a deposição dessas partículas nos pulmões.
O estudo identificou que, enquanto microplásticos maiores tendem a ficar nas vias aéreas superiores, os nanoplásticos têm maior probabilidade de penetrar nas zonas mais profundas dos brônquios e possivelmente nos sacos alveolares, essenciais para a troca de oxigénio e dióxido de carbono.
Os cientistas indicam que os modelos futuros devem analisar como os plásticos interagem com o muco e os cílios do trato respiratório, que podem capturar ou eliminar esses invasores.
Verificar que a poluição por partículas plásticas é agora omnipresente e que a inalação é um dos principais caminhos de exposição humana ressalta a importância crítica de entender completamente os efeitos tóxicos dessas partículas e como elas se comportam dentro do corpo humano.