Ideia sugerida por Ossanda Liber, em Oeiras. O PTP foca-se na justiça e tem a dupla tarefa de “combater o fascismo e esclarecer as pessoas”.
A Nova Direita defendeu nesta quarta-feira a necessidade de “um plano Marshall” para responder aos problemas da habitação, considerando que a aposta deve ser a reabilitação das casas já existentes e a “desburocratização” de processos.
“É preciso incentivar. Fazer aqui um plano Marshall, literalmente, a incentivar os investimentos na área da habitação. Isso implica dar confiança aos investidores”, afirmou Ossanda Liber, líder do Nova Direita e cabeça de lista às legislativas por Lisboa.
O Plano Marshall surgiu nos EUA depois da II Guerra Mundial. Foi um plano criado pelo Secretário de Estado George Marshall, que tinha como prioridade reconstruir ou ajudar os países aliados na Europa. Portugal foi um dos países que receberam dinheiro.
Ossanda Liber falava aos jornalistas durante uma ação de campanha do partido para as legislativas antecipadas de 10 de março, quando visitou alguns bairros mais degradados em Oeiras.
A acompanhar a líder da Nova Direita esteve o antigo centrista Paulo Freitas do Amaral, número dois nas listas ao círculo de Lisboa, assim como uma dezena de militantes, que foram, timidamente, distribuindo alguns flyers com as ideias do partido.
Um dos bairros que a Nova Direita visitou foi o bairro Clemente Vicente (Dafundo), fundado há mais de 100 anos e constituído por 270 fogos, nos quais residem cerca de 300 pessoas.
“Não podemos estar a falar sistematicamente na habitação e achar que a única solução é construir. Nós somos apologistas de que se deve construir, porque não temos casas suficientes, mas há sobretudo de ver em que condições é que as pessoas estão a morar. Temos de dar dignidade e segurança às pessoas”, argumentou Ossanda Liber.
Como soluções para minimizar o problema da habitação, a líder da Nova Direita defende que o Estado tem de recuperar as casas que dispõe e “desburocratizar” os processos de licenciamento.
“Temos de incentivar fiscalmente, sem dúvida, mas temos também, do ponto de vista daquilo que são as formalidades, os obstáculos, para que as pessoas possam ter licenciamento”, apontou.
Por outro lado, instada a comentar, a líder da Nova Direita criticou a Aliança Democrática (AD) de estar a “trazer para cima da mesa questões polémicas, como a imigração e o aborto”, no sentido de tentar “roubar votos ao Chega”.
“Vem bem a calhar. Nós estamos no fim da campanha eleitoral e esses partidos começam a perceber a dificuldade que têm para convencer o eleitorado. Começam a radicalizar o discurso, numa tentativa de ir captar eleitorado ao Chega, que é um erro”, observou.
Relativamente a estas duas questões, Ossanda Liber considera que no caso do aborto “não faz sentido mexer na lei” e no que diz respeito à imigração “é necessário haver regras”.
“Não faz sentido em 2024 que as pessoas vão presas por terem optado interromper uma gravidez. Agora, não esperem que nós levantemos a bandeira dos abortos, porque nós acreditamos na vida”, ressalvou.
PTP antifascista
O Partido Trabalhista Português (PTP) apresenta-se a votos com a dupla tarefa de “combater o fascismo e esclarecer as pessoas”, defendendo que a justiça deve ser a primeira área a merecer a intervenção de um futuro governo.
O líder do PTP, José Manuel Coelho, está consciente de que “é difícil, mas não impossível” eleger um deputado no círculo de Lisboa, um dos três a que o partido concorre, depois de ter obtido 3.616 votos (0,06%) em 2022, 8.299 votos (0,16%) em 2019 e 16.895 (0,30%) em 2011.
“Queremos ajudar as forças democráticas a terem mais um representante, ajudar a democracia conquistada com o 25 de Abril”, porque é essencial “combater um Governo de direita”, disse José Manuel Coelho, em entrevista à agência Lusa.
O cabeça de lista do PTP pelo círculo de Lisboa, que se descreve como “um homem de Abril”, considera que, atualmente, “as forças democráticas estão numa fase de recuo, porque as forças do passado vão instrumentalizando e enganando as massas, com ideias falsas que são miragens”.
Por isso, entende que o seu partido tem dupla tarefa de “combater os fascistas e esclarecer as pessoas”, sob penas de os portugueses serem levados “para uma situação calamitosa oposta à da revolução de Abril”, que foi feita que o país tivesse “uma sociedade moderna e evoluída”, na qual estejam garantidos dos direitos dos trabalhadores, o que “não acontece atualmente”.
A justiça é, segundo PTP, a primeira área a precisar de intervenção, porque “transitou incólume do Estado Novo para a democracia”, e é o único órgão de soberania não eleito.
“Em Portugal, há uma falha grave. Temos três órgãos de soberania que são eleitos [Presidente da República, Assembleia da República e Governo) que são eleitos, um e quarto que não é, a justiça”, disse, defendendo que “os órgãos que dirigem os juízes sejam eleitos pelo povo”.
Segundo José Manuel Coelho, “é preciso acabar com uma justiça com dois pesos e duas medidas” que atua de forma diferente “na criminalidade de delito comum” e vai “protelando quando se trata dos grandes senhores”.
O PTP defende também um reforço do sindicalismo, atividade com a qual “os partidos de direita querem acabar”, porque “os donos dos meios de produção não querem pagar aos trabalhadores”, e considera essencial “combater a precariedade no trabalho”, bem como “acabar com empresas de trabalho temporário e com os chamados recibos verdes”.
José Manuel Coelho comentou a atual situação que se vive nas forças de segurança, saudando “a luta dos polícias”.
“Durante muitos anos, eles [os polícias] vinham bater nos grevistas, hostilizá-los. Agora eles estão a ver que também precisam. A greve é uma arma importante para repor o poder de compra”, considerou
O PTP, o quarto partido menos votado das legislativas de 2022, quer apostar na criação de um ministério da Habitação, que possa regular o mercado, e defende que “a recuperação da economia só é possível “através da injeção de dinheiro, feita através dos trabalhadores”.
Na área da Saúde, o partido, fundado em 2009, defende um reforço significativo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), “uma conquista de Abril”, através de dotação de mais meios humanos e técnicos.
Ciente de que os poucos meios de que o PTP, que concorre aos círculos do Lisboa, Porto e Madeira, dispõe dificultam a chegada da mensagem do partido às massas, José Manuel Coelho garante que o partido vai apostar numa campanha de proximidade, e considera importante uma repartição de votos, e não uma maioria absoluta.
“A política ganha com várias cabeças a pensar uma coisa”, disse, exemplificando: “O camarada António Costa quando governou aliado ao PCP e ao Bloco a ‘coisa’ conduziu-se bem. Depois quando teve maioria absoluta foi um desastre”.
ZAP // Lusa
Mais uma a querer salvar a pátria.
Parecen cogumelos. Não param de aparecer com cantigas velhas a fingirem de novas, todas fora do tom.
Tacho, a quanto obrigas!