O plano dos EUA para atacar sete países em cinco anos

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Governo dos EUA

Wesley Clark, antigo comandante das forças da NATO na Europa e General do Exército dos EUA, denunciou o plano pós 11 de setembro.

EUA terão planeado atacar sete países de maioria muçulmana no espaço de cinco anos apenas nove dias depois do 11 de setembro, segundo o general e ex-candidato à presidência, Wesley Clark.

Corria o ano de 2003 quando o General Wesley Clark, antigo comandante da NATO e candidato às presidenciais de 2004, afirmou “sem papas na língua”o que lhe foi dito a 20 de setembro de 2001, apenas nove dias depois dos ataques do 11 de setembro.

Segundo Clark, a a administração Bush concebeu um plano para atacar sete países de maioria muçulmana após os ataques de 11 de setembro.

O plano incluía ações militares contra o Iraque, Síria, Líbano, Líbia, Irão, Somália e Sudão, sendo o Iraque o primeiro alvo.

Clark relatou a conversa que teve com um oficial militar superior em Washington que revelou as ambições mais vastas da administração.

“Tomámos a decisão: vamos para a guerra com o Iraque“, ter-lhe-á dito o oficial. “Porquê?”, terá perguntado Clark de volta. “Não sei. Se calhar eles não sabem o que fazer mais”, foi a resposta que recebeu, apesar de não existirem quaisquer provas de mão iraquiana no 11 de setembro.

E Clark terá insistido: “será que encontraram informação que liga Sudão à Al-Qaeda?”. A resposta surpreenderia ainda mais o General.

“Não, não há nada de novo nesse sentido. Simplesmente tomaram a decisão. Não sabemos o que fazer em relação aos terroristas, mas temos um bom exército e podemos derrubar governos“, recordou.

“Se a única ferramenta que temos é um martelo, todos os problemas parecem um prego”, lembrou ainda o ex-candidato à presidência dos EUA.

Três semanas depois da conversa informal, o mesmo oficial terá entregado a Clark um memorando a descrever como os EUA iriam derrubar sete países em cinco anos.

“Começava no Iraque, e depois Síria, Líbano, Líbia, Somália, Sudão e, a terminar, Irão”, disse Clark.

O general criticou a estratégia. O ataque aos sete Estados visava, para si, os países errados, ignorava as “verdadeiras fontes de terroristas” e não conseguiu “a força maior do direito internacional”.

Além disso, “não havia ligações óbvias entre o Iraque, o Irão e a Coreia do Norte”, diz Clark, “nem o Hezbollah ou o Hamas estavam a atacar os americanos“, escreveu.

Para o autor, aliados dos EUA como o Egito, o Paquistão e a Arábia Saudita são as verdadeiras fontes de terrorismo.

Culpa, citado pela Al Jazeera, as “políticas repressivas” do Egito, a “corrupção e a pobreza” do Paquistão, bem como a “ideologia radical e o financiamento direto” da Arábia Saudita pela criação de um grupo de jovens revoltados que se tornaram “terroristas”.

As alegações, disponíveis em vídeo, são descritas em pormenor no livro de Clark, The Clark Critique.

ZAP //

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2 Comments

  1. “Se a única ferramenta que temos é um martelo, todos os problemas têm de parecer uma unha”, lembrou ainda o ex-candidato à presidência dos EUA. Por favor, substituir “uma unha” por “um prego” 🙂

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